O último evento da sala de Gestão de Logística e Infraestrutura Hospitalar do Seminário FEMIPA foi um debate e palestra sobre os reflexos da pandemia de COVID-19 no mercado de materiais e medicamentos hospitalares. A apresentação foi feita por Alex Hüsemann, diretor de Operações e Novos Negócios da Apoio Cotações, e Glauco Luiz Sambugaro, executivo de Negócios Internacionais do Grupo Condor. A conversa começou com um histórico da COVID-19 no Brasil. A dupla apontou que um levantamento feito em 59 países, incluindo o Brasil, concluiu que houve um aumento de 17.4% nos custos, impulsionados por serviços diagnósticos e hospitalares, entre outros.

“O desabastecimento não é um problema recente. A diferença é que, quando entra a era digital, isso se torna global”, aponta Husemann. A OMS publicou, em 2017, a definição do desabastecimento. Durante a pandemia, não houve capacidade da oferta para cobrir a demanda de Insumos Farmacêuticos Ativos, Equipamentos de Proteção Individual e muitos outros insumos farmacêuticos necessários.

“A gente importa 95% dos insumos”, acrescentou Sambugaro. Os dois palestrantes destacaram que muitos dos insumos importados ficaram em falta. “Não somos capazes de produzir os bens necessários ao atendimento da população”, concluiu Hüsemann.

Hospitais filantrópicos precisam economizar o quanto podem, e os dois levantaram que a importação para esse tipo de instituição tem isenções de impostos.

Luiz Soares Koury, coordenador da sala e da mesa de debates, levantou um questionamento relevante sobre a importação, dizendo que hospitais filantrópicos dificilmente terão todo o dinheiro necessário em caixa. “Vale a pena tomar dinheiro emprestado no banco, pagar os juros… a isenção é o suficiente para cobrir os juros?”, perguntou Koury. A resposta foi clara e rápida. “Vale a pena”, disse Sambugaro, categórico.

De acordo com os palestrantes, existe uma dependência no Brasil de recursos concentrados no exterior, o que torna a importação o método mais eficiente. Eles não deixam de apontar que o ideal é ter uma industrialização no país para que possamos depender menos de empresas de fora.

A apresentação foi concluída com abertura para perguntas do público. Os participantes trouxeram diversas questões da logística com suas experiências na COVID, que ainda não acabou e ainda tem efeitos sendo sentidos pelos trabalhadores de hospitais.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Breno H. M. Soares