Gestores e representantes dos prestadores dos serviços de saúde pública, como os hospitais filantrópicos, podem aprimorar um relacionamento que já teve várias conquistas. Ele deve funcionar para melhorar o gerenciamento de recursos, a obtenção de novas fontes de financiamento e entregar serviços de qualidade aos usuários e pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na palestra “SUS: Instrumentos, Contratualização e Relacionamento”, que compôs o Painel 6 que encerrou o ciclo de conferências do 14o. Seminário Femipa nesta quinta-feira (31), a necessidade de aprofundar os entendimentos é uma condição essencial para beneficiar os próprios hospitais filantrópicos e a população. 

“Ao longo dos anos, houve muita mudança na gestão e as pessoas não conseguem acompanhar as regulamentações, que são complexas”, afirmou uma das palestrantes, Maria Fátima da Conceição, diretora institucional do SUS na CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas).

Clareza

A dirigente expôs a necessidade, por exemplo, de clareza na elaboração dos convênios, identificando o que é a responsabilidade do gestor e do prestador do serviço. Parece algo fácil, mas com risco de resultar em descontrole e excesso de custos que podem não ser reconhecidos no futuro pela autoridade que vai liberar a verba para cobrir o serviço..

Por isso, disse Fátima, os detalhes da contratualização devem ser levados ao conhecimento das equipes que trabalham nas instituições. “É importante que eu me preocupe com a comunicação interna. Quando combino algo com o gestor, preciso também contar para a minha turma no hospital. É preciso compartilhar com todo mundo envolvido as regras do negócio, chamando o faturamento, o corpo clínico, o administrativo para detalhar o processo e pedir sugestões para melhorar”, orientou a especialista.

O outro palestrante do Painel 6 também abordou a condição estratégica de se realizar uma boa aproximação entre gestor e o prestador de serviço. O setor de hospitais filantrópicos, disse João Marcelo Barreto da Silva, coordenador de Regulação e Avaliação do Ministério da Saúde, deve aprofundar cada vez mais formas de relacionamento que levem a uma gestão melhor dos recursos públicos em saúde.

Aproximação

“Quero construir uma forma de aproximar a rede filantrópica com a forma como a gente trabalha, inserindo um planejamento estratégico que lide com a complexidade da rede SUS, que vá além do recebimento de um paciente e a geração de uma fatura”, disse Silva. Ao colocar esse contato em novo nível de discussão, o coordenador do ministério ressaltou ser possível eliminar gastos desnecessários com exames que não precisam ser solicitados, por exemplo, uma situação que onera os já escassos recursos do SUS.

Para Fátima, é estratégico estar atento na hora de fechar a contratualização entre as partes. “Se não combinar o que cada um pode fazer, o serviço pode extrapolar para uns que querem produzir muito e não sobrar nada para outros. Temos muitas vezes uma enxurrada de exames que não eram necessários , e na hora que vai para pagar, a conta não bate e o gestor pode não pagar”, alertou a palestrante. A negociação de tetos, acrescentou Fátima, muitas vezes nem pode ser feita porque o prestador sequer dispõe de informação de controle para encaminhar o pedido de aumento nos serviços. 

De acordo com a palestrante, os administradores precisam conhecer ferramentas disponíveis de forma online pelo Ministério da Saúde que detalham o funcionamento de sistemas de informação sobre liberação de recursos, apresentação de demandas e prestação de contas. Ela citou o CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), a FNS (Fundação Nacional de Saúde) e o Sismac (Sistema de Limite de Controle Financeiro da Média e Alta Complexidade). “É preciso conhecer porque informação é fundamental”, orientou Fátima.

Regulação

Para o coordenador de Regulação e Acesso do ministério, o SUS ainda não tem maturidade suficiente para eliminar a figura do próprio regulador. Mas ele defendeu experiências que foram citadas no Painel 6 para aprimorar o atendimento e beneficiar pessoas que aguardam na fila por procedimentos médicos. João Marcelo Barreto da Silva contou ações experimentais que mostraram resultados positivos, como a colocação direta de médicos de diferentes especialidades para conversar, tendo a finalidade de agilizar o tratamento terapêutico de pacientes do SUS. “Onde testamos, as filas de especialidades acabaram”, disse Silva, numa referência a uma experiência realizada no Rio Grande do Sul. 

“Só contratar carga horária médica não resolve. É necessário desenvolver tecnologias e estratégias para resolver o problema”, enfatizou o palestrante. Silva afirmou que essas ações não impedem que o SUS tenha uma atuação fragmentada. O setor de hospitais filantrópicos deve encontrar um ponto de apoio e equilíbrio na hora de discutir demandas e carências com o gestor. Silva ressaltou que este é o melhor caminho para evitar desgastes e relações de conflito, levando ao encontro de objetivos comuns e a discussão conjunta dos problemas surgidos na gestão dos serviços e recursos.Relacionamento entre gestores e hospitais filantrópicos pode ser aprimorado

Palestrantes sugeriram durante o 14o. Seminário Femipa aprofundar rede de contatos para esclarecer dúvidas e melhorar gestão dos recursos públicos

Gestores e representantes dos prestadores dos serviços de saúde pública, como os hospitais filantrópicos, podem aprimorar um relacionamento que já teve várias conquistas. Ele deve funcionar para melhorar o gerenciamento de recursos, a obtenção de novas fontes de financiamento e entregar serviços de qualidade aos usuários e pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na palestra “SUS: Instrumentos, Contratualização e Relacionamento”, que compôs o Painel 6 que encerrou o ciclo de conferências do 14o. Seminário Femipa nesta quinta-feira (31), a necessidade de aprofundar os entendimentos é uma condição essencial para beneficiar os próprios hospitais filantrópicos e a população. 

“Ao longo dos anos, houve muita mudança na gestão e as pessoas não conseguem acompanhar as regulamentações, que são complexas”, afirmou uma das palestrantes, Maria Fátima da Conceição, diretora institucional do SUS na CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas).

Clareza

A dirigente expôs a necessidade, por exemplo, de clareza na elaboração dos convênios, identificando o que é a responsabilidade do gestor e do prestador do serviço. Parece algo fácil, mas com risco de resultar em descontrole e excesso de custos que podem não ser reconhecidos no futuro pela autoridade que vai liberar a verba para cobrir o serviço..

Por isso, disse Fátima, os detalhes da contratualização devem ser levados ao conhecimento das equipes que trabalham nas instituições. “É importante que eu me preocupe com a comunicação interna. Quando combino algo com o gestor, preciso também contar para a minha turma no hospital. É preciso compartilhar com todo mundo envolvido as regras do negócio, chamando o faturamento, o corpo clínico, o administrativo para detalhar o processo e pedir sugestões para melhorar”, orientou a especialista.

O outro palestrante do Painel 6 também abordou a condição estratégica de se realizar uma boa aproximação entre gestor e o prestador de serviço. O setor de hospitais filantrópicos, disse João Marcelo Barreto da Silva, coordenador de Regulação e Avaliação do Ministério da Saúde, deve aprofundar cada vez mais formas de relacionamento que levem a uma gestão melhor dos recursos públicos em saúde.

Aproximação

“Quero construir uma forma de aproximar a rede filantrópica com a forma como a gente trabalha, inserindo um planejamento estratégico que lide com a complexidade da rede SUS, que vá além do recebimento de um paciente e a geração de uma fatura”, disse Silva. Ao colocar esse contato em novo nível de discussão, o coordenador do ministério ressaltou ser possível eliminar gastos desnecessários com exames que não precisam ser solicitados, por exemplo, uma situação que onera os já escassos recursos do SUS.

Para Fátima, é estratégico estar atento na hora de fechar a contratualização entre as partes. “Se não combinar o que cada um pode fazer, o serviço pode extrapolar para uns que querem produzir muito e não sobrar nada para outros. Temos muitas vezes uma enxurrada de exames que não eram necessários , e na hora que vai para pagar, a conta não bate e o gestor pode não pagar”, alertou a palestrante. A negociação de tetos, acrescentou Fátima, muitas vezes nem pode ser feita porque o prestador sequer dispõe de informação de controle para encaminhar o pedido de aumento nos serviços. 

De acordo com a palestrante, os administradores precisam conhecer ferramentas disponíveis de forma online pelo Ministério da Saúde que detalham o funcionamento de sistemas de informação sobre liberação de recursos, apresentação de demandas e prestação de contas. Ela citou o CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), a FNS (Fundação Nacional de Saúde) e o Sismac (Sistema de Limite de Controle Financeiro da Média e Alta Complexidade). “É preciso conhecer porque informação é fundamental”, orientou Fátima.

Regulação

Para o coordenador de Regulação e Acesso do ministério, o SUS ainda não tem maturidade suficiente para eliminar a figura do próprio regulador. Mas ele defendeu experiências que foram citadas no Painel 6 para aprimorar o atendimento e beneficiar pessoas que aguardam na fila por procedimentos médicos. João Marcelo Barreto da Silva contou ações experimentais que mostraram resultados positivos, como a colocação direta de médicos de diferentes especialidades para conversar, tendo a finalidade de agilizar o tratamento terapêutico de pacientes do SUS. “Onde testamos, as filas de especialidades acabaram”, disse Silva, numa referência a uma experiência realizada no Rio Grande do Sul. 

“Só contratar carga horária médica não resolve. É necessário desenvolver tecnologias e estratégias para resolver o problema”, enfatizou o palestrante. Silva afirmou que essas ações não impedem que o SUS tenha uma atuação fragmentada. O setor de hospitais filantrópicos deve encontrar um ponto de apoio e equilíbrio na hora de discutir demandas e carências com o gestor. Silva ressaltou que este é o melhor caminho para evitar desgastes e relações de conflito, levando ao encontro de objetivos comuns e a discussão conjunta dos problemas surgidos na gestão dos serviços e recursos.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Dimitri Valle