Flaviano_Feu_Ventorim2A situação dos hospitais do Paraná se assemelha a de outros estados do País. De acordo com o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Feu Ventorim, a dívida das instituições no ultrapassa R$ 1 bilhão, sendo composta por empréstimos bancários, tributos e dívidas com fornecedores. Mesmo assim, Flaviano afirma que a parceria com a Secretaria de Saúde tem sido uma ferramenta para melhorar o quadro econômico. “Um dos programas criados pela Secretaria, o HospSUS, é uma forma de custeio extremamente importante, que veio para ajudar a cobrir lacunas que ficaram no passado, por conta da falta de reajuste e do corte de incentivos. O HospSUS representa, em muitos casos, manter a entidade de portas abertas”, disse. A expectativa é que o Programa HospSUS seja transformado em política de Estado, o que vai permitir sua perenidade, mesmo com a troca de governos.

O presidente da Femipa também ressaltou a importância da parceria entre os hospitais e suas Federações e com a CMB. “A CMB é uma entidade extremamente representativa que luta diariamente por melhores condições para os hospitais filantrópicos e santas casas do Brasil. Além disso, a Confederação procura manter bons relacionamentos com o governo e as demais instituições representativas, o que dá mais força ao discurso do setor de Saúde filantrópico”, afirmou.

Para ele, a participação no 26º Congresso nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que acontecerá nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, em Brasília, é fundamental para mostrar a força do segmento. “Temos que estar sempre unidos para conseguirmos mostrar a importância desses hospitais para o país e, assim, alcançarmos mais avanços para o setor. A luta já é difícil, por isso precisamos juntar forças para realmente sermos ouvidos. O Congresso da CMB é o melhor caminho para que possamos decidir juntos os rumos que precisamos tomar”, concluiu.

As inscrições online com desconto podem ser feitas até o dia 29 de junho, pelo site www.cmb.org.br/congresso. Participe!

Leia abaixo a entrevista na íntegra .

CMB – Qual a situação dos hospitais sem fins lucrativos em seu Estado?

Flaviano Feu Ventorim – No Paraná, existem 103 instituições de Saúde filantrópicas, entre santas casas e hospitais beneficentes. Essas entidades, que estão presentes em mais de 70 municípios e distribuídas em todas as regiões do Estado, respondem por mais de 50% do atendimento aos usuários do SUS e também por mais de 70% dos procedimentos de Alta Complexidade (transplantes, cirurgias cardíaca, neurologia, trauma, oncologia, entre outros). Além disso, os hospitais filantrópicos e santas casas disponibilizam 8.654 leitos ativos e empregam mais de 42.000 funcionários, entre técnicos, enfermagem, médicos e demais profissionais de saúde. É importante ressaltar também que 50% dos hospitais filantrópicos são os únicos hospitais em municípios do interior com até 30.000 habitantes.
A situação aqui, como em todas as santas casas e hospitais filantrópicos do Brasil, é preocupante. Das 57 instituições afiliadas à Femipa, 38 somam mais de R$ 1 bilhão em dívidas, conforme levantamento feito no ano passado. Desse total, a maior parte é com empréstimos bancários (R$ 319 milhões), seguida pelos valores devidos a fornecedores (R$ 233 milhões) e pelos tributos (R$ 157 milhões).

CMB – A parceria desenvolvida junto à Secretaria de Saúde do Estado influenciou este resultado?

Flaviano Feu Ventorim – Ainda assim, o cenário no Paraná é um pouco melhor do que nos outros Estados, graças à boa relação que a Federação mantém com a Secretária de Estado da Saúde (Sesa). O secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, tem a Femipa como uma entidade parceira e sempre dá a oportunidade de a Federação mostrar a sua posição sobre os assuntos que podem afetar os hospitais filantrópicos e santas casas. Um dos programas criados pela Sesa, o HospSUS, é, hoje, uma forma de custeio extremamente importante, que veio para ajudar a cobrir lacunas que ficaram no passado por conta da falta de reajuste e do corte de incentivos. O HospSUS representa, em muitos casos, manter a entidade de portas abertas.
Recentemente, Caputo Neto anunciou que vai trabalhar para transformar o programa em uma política de Estado. Essa notícia foi bastante comemorada pelos filantrópicos, porque havia o receio de perdermos esse incentivo com a mudança de governo. Sendo uma política de Estado, o conceito muda e o programa passa a ser algo perene, então a gestão fica mais estável por saber que temos um programa que avalia com qualidade e com profissionalismo.

CMB – É importante fortalecer também a CMB?

Flaviano Feu Ventorim – A CMB é uma entidade extremamente representativa que luta diariamente por melhores condições para os hospitais filantrópicos e santas casas do Brasil. Além disso, a Confederação procura manter bons relacionamentos com o governo e as demais instituições representativas, o que dá mais força ao discurso do setor de Saúde filantrópico. A Femipa sempre procurou apoiar todas as ações da CMB para fortalecer essa luta, e convoca também seus hospitais afiliados para fazerem o mesmo. A situação é difícil para todos, por isso é fundamental essa união para que possamos ser ouvidos. E a CMB, sem dúvidas, consegue se fazer ouvir em qualquer meio. Portanto, as Federações estaduais, bem como seus associados, devem batalhar diariamente para ajudar a Confederação, porque a luta é de todos.

CMB – Qual a importância da participação no 26º Congresso da CMB, em Brasília?

Flaviano Feu Ventorim – Mais uma vez a CMB vai organizar um evento de grande porte para reunir todas as entidades de Saúde filantrópicas brasileiras. Esse espaço é, sem dúvidas, um local para discutirmos os rumos da Saúde e quais os caminhos para lutarmos pelas melhorias que tanto precisamos. A CMB é uma instituição que integra de forma nacional os hospitais, é a nossa representatividade institucional junto ao governo federal. A entidade, que é o nosso órgão representativo de classe, tem papel fundamental nas comissões que discutem a parte legal e é uma instituição extremamente respeitada e ouvida no Ministério da Saúde. Por tudo isso é que a participação maciça das instituições de Saúde no Congresso da CMB é fundamental, porque mostra a força dos hospitais filantrópicos e santas casas do Brasil. Temos que estar sempre unidos para conseguirmos mostrar a importância desses hospitais para o país e, assim, alcançarmos mais avanços para o setor. A luta já é difícil, por isso precisamos juntar forças para realmente sermos ouvidos. O Congresso da CMB é o melhor caminho para que possamos decidir juntos os rumos que precisamos tomar.

Fonte: CMB com informações da assessoria de imprensa da Femipa