A proximidade do inverno, com condições mais favoráveis para o aumento na transmissão de vírus respiratórios, somada à já alta ocupação de leitos nos hospitais e à prevalência da variante P1 do coronavírus indica que o Paraná passará por mais um momento difícil da pandemia de Covid-19 nas próximas semanas. O alerta foi feito nesta quinta-feira (27 de maio) pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar).

De acordo com a entidade, com a capacidade de abertura de novos leitos perto do limite, o sistema de saúde precisa da colaboração da população com as medidas de contenção do coronavírus. O presidente do Sindipar e da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, reforça a importância de cuidados individuais que colaborem para a redução da taxa de transmissão do vírus, como distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos. De acordo com ele, a adesão a estas medidas é ainda mais urgente com a chegada do inverno no Paraná, que já sofre com um aumento de casos de síndromes respiratórias mais acentuado do que em outras localidades do país devido ao frio rigoroso.

Dificuldades

O presidente do Sindipar relata que os hospitais já estão trabalhando em condições muito difíceis. “De modo geral, continuam muito cheios, e os leitos extras que foi possível abrir já estão lotados”, revela. A dificuldade de obtenção dos medicamentos do chamado “kit intubação” e de cilindros de oxigênio, observada durante o recrudescimento da pandemia em março deste ano, continua ocorrendo. “Vários hospitais estão relatando complicações”, conta Ventorim. “Esses medicamentos ainda não estão amplamente disponíveis no mercado. Hospitais e serviços de atendimento domiciliar que dependem de cilindros, assim como o atendimento home care, estão enfrentando dificuldades para consegui-los”, comenta.

Apelo

Flaviano Ventorim lembra que diminuir a circulação de pessoas é imprescindível para conter a disseminação do vírus e viabilizar a retomada da atividade econômica. “Infelizmente, nós temos que passar por isso para reduzir a taxa de transmissão da doença”, defende. “Essa doença tem uma característica social. Quanto mais gente junta, maior o risco de transmissão. Precisamos conter festas e evitar aglomerações porque o setor produtivo precisa voltar a produzir. As lojas e restaurantes precisam voltar a abrir para retomarmos o crescimento econômico”, avalia.

O presidente do Sindipar apela para que a população ajude os hospitais por meio da redução de contágio. Ele lembra que até mesmo pessoas com testagem positiva para o coronavírus têm desrespeitado as recomendações de isolamento. “A variante que está circulando é muito agressiva e tem uma taxa de transmissão muito alta. Pessoas que estão com suspeita ou confirmação de Covid-19 não devem circular, salvo em situações de extrema urgência, para evitar a contaminação de outras pessoa”, orienta. “Se você está cansado de medidas restritivas, quem trabalha nos hospitais está bem mais”, lembra Ventorim.

Fonte: Saúde Debate, com informações da assessoria do Sindipar