O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) informou, na tarde de ontem (17), que profissionais da área da saúdedevem fazer uma paralisação nesta quarta-feira (18). A greve vai atingir hospitais privados e filantrópicos da Grande Curitiba. Com o anúncio, o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Sindipar) solicitou que seja cumprido o percentual mínimo para funcionamento dos serviços, como a garantia de 100% dos funcionários de UTI e 80% na urgência/emergência, para não trazer riscos à população. Até o momento, o Sindipar e a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa) informaram que a adesão à greve é baixa. As duas entidades vão acompanhar a paralisação ao longo do dia para atualizar as informações. 

A categoria reivindica o índice de reposição, que é formado por 5% de aumento real nos pisos e demais benefícios e mais 10% da correção referente à inflação. De acordo com o sindicato patronal, Sindipar, a proposta é inviável, justamente pelo desequilíbrio econômico que o aumento salarial poderia ocasionar. Por isso, em contrapartida, o sindicato ofereceu 6% de reposição.

Os principais hospitais de Curitiba – Santa Casa, Cajuru, Pequeno Príncipe, Evangélico e Erasto Gaetner, todos filantrópicos, devem ser os mais afetados pela greve. Para o presidente da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, esses hospitais, além de sofrerem com a crise que assola o país, ainda convivem com a defasagem da tabela de pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a irregularidade nos repasses. “Para cada R$ 100,00 gastos em procedimentos, os hospitais filantrópicos e santas casas recebem apenas R$ 60,00. Hoje, a Femipa tem 59 afiliados e, desse total, 38 instituições ultrapassam a soma de R$ 1 bilhão em dívidas. Por isso, as instituições de Saúde filantrópicas não têm condições de absorver um aumento desse porte como foi sugerido pelo sindicato laboral”, declara Ventorim.

Segundo o presidente, nos últimos anos, os hospitais têm realizado esforços acima de sua capacidade e com reajustes sempre com ganho real, em especial no item Vale Alimentação.“Entretanto, com o agravamento da crise econômica, a redução do orçamento do SUS, os constantes atrasos de repasses e a diminuição do número de usuários de planos de saúde em função do aumento do nível de desemprego na região metropolitana de Curitiba, tem tornado insustentável a manutenção dos hospitais”, afirma Ventorim.

Ainda de acordo com o presidente da Femipa, para se ter uma ideia do tamanho do rombo, nos últimos 22 anos, a tabela de procedimentos do SUS foi reajustada em 93,66%. Nesse mesmo período, a variação inflacionária atingiu mais de 400%. Além disso, outros custos fundamentais também tiveram aumento significativo, como energiaelétrica, que subiu 962,19%, e transporte urbano, 1.177%. De 2011 a 2015, por exemplo, a tabela não teve reajuste algum, enquanto que o ganho real nos reajustes dos pisos dos empregados chegou a 44,7%.

“Os principais hospitais filantrópicos e santas casas de Curitiba realizaram, somente no ano passado, aproximadamente quatro milhões de procedimentos para pacientes SUS, além de mais de 100 mil internações e cerca de 76 mil cirurgias. O resultado operacional dessas instituições no ano fechou negativo, o que faz com que se aproximem do estado de insolvência. Por isso, sindicatos laboral e patronal precisam entrar em um acordo que atenda às duas realidades. Certamente a paralisação vai trazer grande prejuízo no abastecimento assistencial, ainda mais nesse período do ano, em que a demanda por doenças respiratórias cresce”, completa Ventorim.

A Femipa vai atualizar, a cada nova informação, a página da entidade no Facebook, bem como o site. Acompanhe a cobertura pelos endereços https://www.facebook.com/FEMIPA.FederacaodasSantasCasasdoPR/ e http://www.femipa.org.br/

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa