O avanço da variante Delta no Brasil deixa especialistas e autoridades em saúde em alerta. O caso mais expressivo é o do Rio de Janeiro, onde a cepa é responsável por 86% dos casos de Covid-19 detectados no mês de agosto no estado, conforme mapeamento da Rede Corona-Ômica de vigilância genômica do novo coronavírus. Em julho, a variante Delta estava associada a 48% dos diagnósticos positivos no Rio.

No dia 31 de agosto, a Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou a primeira morte pela variante Delta no Estado. A vítima é uma mulher moradora da cidade de Piracicaba, com 74 anos, que apresentava comorbidades e já havia se imunizado com duas doses de vacina contra Covid-19.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou nesta quarta-feira (1º de setembro) mais 36 casos da variante Delta e 13 casos de sublinhagens e cinco novos óbitos – quatro da variante delta e um da sublinhagem AY.4. Os dados foram repassados no relatório de circulação de linhagens Sars-CoV-2 por sequenciamento genômico, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As mortes aconteceram em Curitiba (4) e Toledo (1) e tratam-se de três homens e duas mulheres com idades que variam de 31 a 66 anos.

Até agora, 843 amostras do Paraná já foram sequenciadas pela Fiocruz e 475 aguardam resultado. A maioria das amostras correspondem a variante P.1 (462 casos). A delta possui atualmente 95 casos confirmados e 24 óbitos, além de 30 casos de sublinhagens (14 casos AY.4 e 3 casos AY.12), com dois óbitos da AY.4.

O avanço da variante Delta no Brasil causou também a antecipação da aplicação da segunda dose da vacina contra Covid-19, em uma tentativa de aumentar a proteção contra essa cepa. A medida vem sendo adotada em diferentes cidades, como Curitiba. O Ministério da Saúde informou que vai reduzir o intervalo de aplicação a partir da segunda quinzena de setembro, assim como iniciar oficialmente a aplicação da terceira dose da vacina, ou dose de reforço, em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos.

Avanço da variante Delta, com preocupação de variante identificada na Colômbia

A Organização Mundial da Saúde fez um alerta, em 1º de setembro, para uma das variantes do novo coronavírus encontrada inicialmente na Colômbia, em janeiro de 2021. A variante B.1.621 foi batizada de Mu e classificada como variante de interesse, termo utilizado para designar tipos do vírus que devem ser monitorados por autoridades de saúde, com análise sobre risco para a saúde pública.

“A variante Mu tem uma constelação de mutações que indicam propriedades potenciais de escape imunológico. Dados preliminares apresentados ao Grupo de Trabalho sobre Evolução do Vírus mostram uma redução na capacidade de neutralização dos pacientes similar à registrada na variante Beta, mas isso ainda precisa ser confirmado por novos estudos”, diz o documento.

Desde o primeiro registro da variante, em janeiro deste ano, foram notificados casos esporádicos na Colômbia, com notícias de contaminações em outros países da América do Sul e da Europa. Em agosto, foram informados casos por 39 países. Na Colômbia e no Equador, a incidência da variante cresceu, chegando, respectivamente, a 39% e 13%. “Mais estudos são necessários para compreender as características clínicas dessa variante”, recomendou a OMS.

A título de comparação, a variante Delta está em 170 países, a Beta em 141 e a Gamma em 91.

* Com informações da Agência Brasil

Fonte: Saúde Debate