O presidente da CMB, Mirocles Véras, junto à demais gestores, médicos e representantes de hospitais, participou de comissão geral, promovida pela Câmara dos Deputados, para discutir a situação da saúde no Brasil. O assessor parlamentar da Confederação, José Luiz Spigolon, acompanhou a atividade.

O debate foi sugerido por 18 deputados. Ao longo das explanações, os participantes ressaltaram a importância da atuação do SUS (Sistema Único de Saúde) e necessidade de recursos para a continuidade dos atendimentos, sobretudo no pós-pandemia. Em sua fala, o presidente da CMB pontuou a preocupação do setor filantrópico com a questão. “Levantamentos apontam que há uma demanda reprimida de 1 bilhão de procedimentos e grande parte desse número será atendido a quem tem a maior parcela de participação no SUS, que são as Santas Casas e hospitais filantrópicos”, ressaltou.

Véras lembrou que as instituições filantrópicas atendem 50% da média complexidade e mais de 70% da alta complexidade. “A CMB representa 18 federações estaduais e 1.824 hospitais filantrópicos e Santas Casas. Em 817 municípios, somos o único hospital da cidade”, salientou.

Com o subfinaciamemento do SUS enfrentado há décadas pelas entidades, ele alertou sobre o risco de as entidades terem de fechar as portas. “A defasagem dos valores repassados aos nossos hospitais pelo SUS ocasionou o endividamento deles e o que é mais preocupante: o fechamento de leitos e de Santas Casas”, frisou. “Estamos exercendo uma tarefa que não é nossa, a de financiar o sistema de saúde. Não haverá condições das nossas entidades cumprirem a missão de atender aos mais carentes, por não termos mais condições de trabalhar com uma defasagem tão grande entre os repasses do SUS e os custos dos procedimentos. Estamos abertos a discutir com o governo, parlamento, municípios e estados uma nova forma de sustentabilidade da rede filantrópica.

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas, Antonio Brito, também destacou a relevância do trabalho prestado pelo setor filantrópico de saúde, especialmente no enfrentamento à Covid-19. “As Santas Casas e hospitais filantrópicos tiveram papel muito importante na luta contra a pandemia, através da CMB e de todas as suas unidades no país. Lutamos para levar recursos e qualidade na atenção à população usuária do SUS”, falou.

Presidindo a comissão geral, o deputado Odorico Monteiro frisou que, “sem dúvida nenhuma, não consigo ver o Brasil com o SUS sem essa parceria com as Santas Casas”.

O assessor técnico do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Nilo Bretas Junior, pontuou a formulação de agenda tripartite e prioritária para dar todas as condições de discussões acerca das demandas. “A pandemia não termina agora, tem as variantes e complicações, conviveremos algum tempo com isso e ações são importantes”.

Concluindo o debate, o deputado Odorico Monteiro agradeceu a todos os participantes que contribuíram com a discussão para o aprimoramento do SUS, “exercendo papel fundamental nesse diálogo entre o parlamento e a sociedade, que é a grande missão de uma comissão geral”.

Fonte: CMB