O último Boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (25 de agosto), revela um cenário de queda de hospitalizações e óbitos em função da doença. No entanto, os pesquisadores responsáveis pelo trabalho salientam que a variante Delta do coronavírus deve ser acompanhada com atenção.

“Embora as vacinas venham claramente contribuindo para a redução de casos graves, internações e óbitos no país como um todo, o surgimento e crescimento da presença de novas variantes de preocupação, como a Delta, deve manter em alerta os serviços de vigilância em saúde, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena”, indica o boletim, que reforça a necessidade de continuar com medidas como uso de máscara e distanciamento físico mesmo entre vacinados e especialmente no contato com pessoas com maior risco de agravamento da doença. Os pesquisadores também ressaltam a importância da aceleração da vacinação contra Covid-19 no país.

Segundo o levantamento, a incidência diária de novas mortes por Covid-19 no país teve queda de 1,5% ao dia na última semana e chegou a 770 vítimas diárias, o menor patamar desde o início de 2021. Já a tendência de casos confirmados da doença por dia subiu, após quatro semanas seguidas com redução média de 1% ao dia. Nos últimos sete dias, houve aumento diário de 0,6% no registro de novos casos confirmados, que oscilam no patamar de 30 mil novos diagnósticos por dia, o que os pesquisadores consideram preocupante.

“A circulação de novas variantes do vírus tem causado infecções, mas não necessariamente um aumento no número de casos graves na mesma proporção, devido à proteção já adquirida pelos diferentes grupos populacionais vacinados”, traz o boletim. No entanto, os pesquisadores alertam que a oscilam no número de casos diários reflete um ambiente propício para a transmissão da doença, em função da retomada de muitas atividades, seja no trabalho ou no lazer.

Quanto à ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 pelo SUS, somente Roraima está na zona de alerta crítico para esse indicador, com 84% dos leitos ocupados, enquanto Distrito Federal (63%), Goiás (64%), Paraná (60%) e Rio de Janeiro (69%) estão na zona de alerta intermediário. Entre as capitais, Boa Vista (84%) e Rio de Janeiro (96%) estão na zona de alerta crítico, enquanto em Belo Horizonte (64%), Curitiba (72%), Goiânia (73%) e Brasília (63%) o alerta é intermediário. As outras 20 capitais estão fora da zona de alerta.

Mas os pesquisadores ressaltam que, no Rio de Janeiro, a variante Delta já elevada prevalência e pode estar associada ao aumento nas hospitalizações em todo o estado.

* Com informações da Agência Brasil

Fonte: Saúde Debate