No dia 20 de fevereiro, Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, o Hospital Psiquiátrico de Maringá chama a atenção para os riscos, consequências e o aumento do uso de substâncias que causam dependência química, principalmente no contexto da pandemia da Covid-19.

“Os levantamentos mais recentes devem elevar a preocupação, não somente das autoridades de saúde, mas de toda a sociedade. Estamos diante de um grave problema social”, adverte o médico psiquiatra, Paulo Vecchi Abdala, diretor-clínico do HPM, Hospital Referência Estadual em Saúde Mental.

BEBEDOR ABUSIVO
Para reforçar essa preocupação, o especialista aponta levantamento da Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde.
Conforme esse estudo, o padrão de consumo de 18,8% da população brasileira é de bebedor abusivo. Entre os homens, esse percentual é de 25,4%. Já entre as mulheres era de 13,3% em 2019, aumento de quase 3% em relação a levantamento de 2010.
Os dados também mostraram que subiu o consumo abusivo entre pessoas com mais de 55 anos. Em 2010, o percentual era de 8,9%. Já em 2019, de 10,3%.

AUMENTO COM PANDEMIA
É preciso considerar ainda que, no Brasil, outros estudos mostram que o aumento do consumo de álcool, entre outras drogas, tem se agravado no contexto da pandemia da COVID-19.
Pesquisa realizada nesse período pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em conjunto com outras instituições, verificou que, dos 3.633 participantes, 30% relataram aumento no consumo de álcool e outras substâncias.

PREVENÇÃO
Uma das formas mais eficazes no combate ao álcool e outras drogas é a prevenção.
Nessa perspectiva, há três níveis de prevenção:
1) Prevenção primária, que visa evitar a primeira experiência em relação ao uso de drogas;
2) Prevenção secundária, a qual tem por objetivo evitar que pessoas que já experimentaram ou que fazem uso ocasional de drogas, evoluam para o uso nocivo, e possível dependência;
3) Prevenção terciária corresponde ao tratamento do uso nocivo ou da dependência. Esse tipo de intervenção deve ser realizada por profissionais de saúde, numa perspectiva multidisciplinar.

CONSEQUÊNCIAS
“Aqui no HPM, enfrentamos as consequências dessa epidemia. E podemos afirmar, com toda segurança, o quão difícil é a luta do dependente químico, seja de álcool ou drogas ilícitas, para vencer o vício, além do sofrimento provocado a familiares e a toda a sociedade”, destaca o especialista do HPM.
Por isso, esta data de 20 de fevereiro é tão importante, ao levar a discussão do tema a toda a sociedade.

Fonte: Hospital Psiquiátrico de Maringá