Diretores técnicos médicos de 28 hospitais de Curitiba e Região Metropolitana emitiram uma carta aberta para alertar sobre o momento atual vivido na pandemia de Covid-19. Eles classificaram a situação como “dramática” contra um “inimigo invisível e devastador, que não distingue escolaridade, raça, credo, ou poder aquisitivo”.

Segundo o documento, o total de casos ativos e de óbitos é o maior desde o início da pandemia. Além disso, as novas cepas mais transmissíveis refletem em um maior número de pessoas doentes.

Conforme os diretores, para atender à crescente demanda, leitos foram ampliados nos hospitais públicos e privados de Curitiba e Região Metropolitana, e todos estão já ocupados, inclusive com pacientes críticos em unidades de emergência aguardando vagas nas Unidades de Terapia Intensivas (UTIs). A carta ressalta que neste momento, as instituições médicas estão extremamente limitadas para novas ampliações, ou por falta de infraestrutura (espaço físico, equipamentos) ou ausência de equipes para operacionalizar outros espaços.

O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Ventorim, conta que os hospitais têm relatado cada vez mais problemas.

A questão da falta de anestésicos tem assustado os profissionais, que querem evitar o que ocorreu no Amazonas no mês passado, quando pacientes foram amarrados em macas para serem entubados por falta de sedativos.

Os diretores técnicos dos hospitais dizem que cientes da responsabilidade de garantir a segurança da assistência e zelar pela boa pratica médica das equipes vem a público demonstrar a sua preocupação quanto ao esgotamento absoluto dos recursos para manter o atendimento dentro dos padrões exigidos, mesmo em nossa cidade que tem um sistema de saúde muito bem organizado e reconhecido nacionalmente.

O presidente da Femipa reforça que a luta contra o vírus depende da ajuda da população.

Os diretores finalizam a carta afirmando que foi indispensável determinar o lockdown em Curitiba, que é uma atitude mais dura e impopular, no entanto, acertada para interromper o avanço descontrolado do contágio do Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde da capital.

 

Leia a carta na íntegra aqui.

Fonte: Francielly Azevedo - CBN Curitiba