A greve dos caminhoneiros está no oitavo dia em todo o país e, assim como em outros estados, o Paraná sente as consequências do desabastecimento. Em Curitiba, ônibus lotados, estoque de gás de cozinha esgotado, prateleiras vazias nos supermercados e cancelamento de aulas em universidades e escolas . Acompanhe como está esta segunda-feira (28) de greve na capital .

Se em supermercados e postos de combustíveis a situação está complicada, nos serviços de saúde o cenário é mais controlado. Para garantir a passagem de cargas essenciais,desde o final da semana passada. Medicamentos, insumos hospitalares e combustíveis para os serviços médicos, de acordo com o Executivo estadual, foram garantidos nas reuniões com a categoria.

Isso não tem impedido, entretanto, que algumas regiões enfrentem problemas nos serviços de saúde. De acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficientes do Paraná (Femipa), há registros de problemas em Umuarama, Cascavel, Apucarana e Pato Branco. Hospitais destes municípios têm volume baixo de gás de cozinha, falta de produtos para lavanderia e de combustível para o deslocamento de plantonistas.

A visão da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar) é mais dramática. Para a entidade, os efeitos da paralisação estão sendo ainda mais sentidos neste começo de semana “com a falta de insumos, descontrole das escalas de profissionais e o até o cancelamento de procedimentos não emergenciais”.

Segundo a Fehospar, mesmo com o acordo entre grevistas, Defesa Civil e governo do Paraná, que garante a liberação nos bloqueios de cargas essenciais, há vários hospitais “sem reposição de materiais e insumos indispensáveis, como gases medicinais, e que podem ter colapso em serviços em menos de 24h, elevando os riscos à saúde da população”

Já o governo do Paraná afirma que houve uma redução no número de procedimentos eletivos – ou seja, aqueles que não são de urgência e emergência –, até por conta da dificuldade de deslocamento dos pacientes. Esses serviços, entretanto, não chegam a estar paralisados.

Estoques garantem atendimento

Em Curitiba, a prefeitura afirma que os serviços nas unidades básicas de saúde seguem funcionando normalmente porque a rede segue abastecida. Não faltam medicamentos, materiais, insumos ou combustível para as ambulâncias. “Já na semana passada o prefeito (PMN) coordenou uma logística para que não faltasse nada durante a greve”, explicou a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak.

Algumas unidades enfrentam falta de pessoal, por conta da dificuldade de deslocamento, mas, de acordo com a secretária, os problemas estão sendo resolvidos. A preocupação, segundo ela, é com os hospitais, que estão apresentando dificuldades e podem ter que parar de realizar atendimentos eletivos.

No Hospital de Idoso, por exemplo, procedimentos que não são de urgência já estão sendo cancelados. “Não podemos deixar as áreas de urgência sem equipe”, afirma a secretária.

De acordo com a Femipa, a maternidade Mater Dei, que fica na capital, estava com estoque reduzido de gás de cozinha para a preparação das refeições. Mas, houve normalização durante a tarde.

Já no Hospital de Clínicas os atendimentos seguem acontecendo normalmente, mas houve uma redução no número de pacientes. Foram suspensos, entretanto, exames eletivos em que há utilização de contraste.  A intenção é manter o estoque para atender aos pacientes já internados.

O Hospital Pequeno Príncipe, por sua vez, informou que os atendimentos continuam normalmente, sem cancelamentos. Os funcionários que estão com dificuldades de chegar ao trabalho estão sendo buscados de táxi.

Fonte: Gazeta do Povo