Segundo especialista, o tempo de espera é a maior crítica de consumidores aos hospitais privados

O desafio de buscar o equilíbrio entre oferecer um atendimento rápido e com qualidade foi debatido durante a palestra “Tempo de resposta: atendimento rápido versus qualidade”, realizada pelo médico Jacques Cassidori Couto, do Hospital da Cruz Vermelha.

O debate fez parte da sala temática “Efetividade Clínica: Atenção, Qualidade e Eficiência, parte do 10º Seminário Femipa, evento que reuniu representantes de hospitais e instituições humanitárias do Paraná e de todo o Brasil em Curitiba entre os dias 25 e 27 de outubro.

Couto iniciou sua palestra trazendo dados que exemplificam esse difícil cenário. Segundo o médico, o tempo de espera é a maior crítica de consumidores aos hospitais privados. A situação se agrava, sobretudo no pronto atendimento (PA), onde o volume de pacientes e a gravidade e urgência dos atendimentos colocam diariamente a questão: como é possível oferecer atendimentos mais rápidos e de mais qualidade no PA?

O especialista contou como, com medidas estratégicas, a instituição, que atende em média 7 mil pacientes por mês no pronto atendimento, vem equilibrando a equação. O hospital conseguiu atingir tempo de espera médio de menos de quatro minutos para a triagem de pacientes e de 29 minutos para a consulta médica para pacientes de baixo risco.

Estratégias

Como uma das estratégias mais conhecidas, o hospital utiliza o Protocolo de Manchester para a triagem de seus pacientes. No entanto, o encaminhamento dos pacientes é realizado de modo diferente. “Um dos diferenciais é que o Hospital instituiu uma sala específica para atendimento dos pacientes de alto risco, que contam com médicos e equipe de UTI específicos, possibilitando não só o atendimento imediato desses casos, como evitando que os médicos responsáveis pelo atendimento dos demais pacientes parem esse atendimento para estabilizar esses pacientes”, explicou.

Outras medidas tomadas pelo hospital é a busca por manter número de médicos proporcional aos picos de demanda, buscando oferecer um número maior de profissionais durante os momentos nos quais há maior busca pelos pacientes.

Algumas medidas simples também agilizam o atendimento. Entre eles, o sistema informatizado, integrado com outros setores como os laboratórios e unidades de exames de imagem. “Neste sistema o médico pode ter acesso ao histórico do paciente na instituição e a todos os exames no momento do atendimento”, disse.

Além do sistema, o médico tem acesso também a ferramentas digitais, que possibilitam a consulta a aplicativos e banco de dados de informações médicas em tempo real diretamente nos computadores das salas de atendimento, possibilitando a consulta a dúvidas no momento do atendimento e melhorando não só o diagnóstico, mas a conduta e encaminhamento do paciente.

Outra inovação tecnológica e o uso de um Protocolo de Sepse com Inteligência artificial, por meio do Robô Laura, que permite o gerenciamento das informações processadas de modo informatizado.

Além disso, o hospital instituiu uma equipe de especialistas que estão disponíveis para contribuir com avaliações no Pronto Socorro. Uma avaliação realizada pelo especialista no momento do ingresso do paciente possibilita que se evite demora no atendimento, custos e exames desnecessários, melhorando as condições de diagnósticos e permitindo a atuação com segurança.

Gerenciamento

O médico também explicou que, após o atendimento no pronto atendimento, é essencial o encaminhamento dos pacientes. Por isso, a instituição conta com um sistema de gerenciamento de leitos, que garante o encaminhamento adequado dos pacientes, monitorando os leitos disponíveis, previsão de alta e outros fatores.

Fonte: Assessoria de Imprensa Femipa – Karla Mendes