Se a capacitação técnica é essencial para o desenvolvimento humano e a melhora da qualidade dos profissionais que estão no mercado, a ética promete ser a revolução do século XXI. Pelo menos essa é a opinião do doutor em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Anor Sganzerla. De acordo com o professor, responsável pelo módulo que abordou esse tema com a turma de Curitiba do curso de pós-graduação em Gestão Hospitalar do HOSPSUS, apesar de haver uma indisposição generalizada na sociedade para não tratar do assunto, houve um despertar. “Começamos a acordar para a importância do debate da ética, mas os passos são pequenos. A iniciativa do poder público em colocar o tema em pauta é fundamental”, avalia.

Para a superintendente da Santa Casa de Campo Mourão, Lilian Cristhiane Zavatin, que participa da turma de Londrina do curso e concluiu o módulo com o professor Cleverson Bastos, foi a oportunidade para ter contato com os aspectos históricos da ética. “O professor conseguiu transmitir uma bagagem grande de informações de forma dinâmica. Foi interessante trazer para o dia a dia o assunto”, afirmou. Segundo Lilian, o módulo vai ajudar na gestão do hospital. “Formamos o colegiado que está recebendo todas as informações que são repassadas no curso e depois transmitidas aos outros profissionais da instituição”, explica a superintendente. Lilian relata que a maior dificuldade quanto a esse tema ainda está na área médica.

Na avaliação de Sganzerla, hoje é necessário considerar outras dimensões da ética, não apenas a das relações humanas. Para exemplificar, durante o módulo foram debatidos dois pontos centrais: a banalização do mundo, da vida, da morte e do belo e a indiferença. Os alunos tiveram a oportunidade de discutir a crise da ética e dos valores da contemporaneidade. “A participação dos profissionais permitiu a identificação de exemplos do dia-a-dia deles”, afirma o professor.