A infecção causada pelo papilomavírus humano (HPV) é considerada a principal causa do câncer de colo de útero. Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas são contaminadas com este vírus em algum momento da vida. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA/MS) mostram que neste ano deverão ser notificados 17 mil novos casos no Brasil, sendo, em média, 790 no Paraná.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina contra o HPV. O esquema contempla a aplicação de duas doses com intervalo de seis meses entre elas. O público alvo são meninos e meninas de 9 a 14 anos. Homens e mulheres imunossuprimidos, transplantados, com câncer ou que convivem com HIV/Aids também são contemplados.

Além disso, o exame citopatológico, popularmente chamado de papanicolau, também é ofertado pelo SUS. O procedimento permite a detecção precoce de lesões, que se tratadas em tempo oportuno possuem grandes chances de não evoluir para o câncer.

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas, podendo ficar oculta de meses a anos, sem manifestar sinais visíveis ou perceptíveis (manifestações subclínicas). No início, as mulheres não sentem nada. Mais tarde, podem surgir sangramentos fora do período menstrual, além de dor e corrimentos. As primeiras manifestações da infecção surgem aproximadamente de dois a oito meses, mas podem demorar até 20 anos.

“Esta é uma doença evitável, que pode ser combatida com exames regulares de prevenção e com o simples ato de vacinar. Existem muitos estigmas com relação a essa vacina, mas quanto antes for aplicada, maior será a efetividade”, explica o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

“O cuidado da mulher deve ser constante pois o câncer do colo do útero tem um desenvolvimento lento e no início os sintomas são imperceptíveis. É muito importante que as mulheres compareçam as unidades de saúde para realizar o exame preventivo, pois somente a análise das células podem diagnosticar alterações na fase inicial”, disse o secretário.

EXAMES E COBERTURA VACINAL – Durante a pandemia houve uma queda expressiva no número de exames citopatológico realizados. De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer (Siscan), em 2019 foram realizados 523.675 exames de rastreamento em mulheres de 25 a 64 anos no Paraná, já em 2020 esse número teve uma queda de 46% (281.556). Em 2021 foram 382.743 e no ano passado, 507.446 exames em todo Estado.

Com meta de 80% preconizada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), apesar de extremamente importante, a vacinação contra o HPV também tem atingido índices insatisfatórios de cobertura vacinal (CV) no Brasil inteiro. De acordo com o Boletim Epidemiológico (Brasil, 2023), as coberturas para a primeira e a segunda dose são de 75,91% e 57,44% na população brasileira feminina.

O Paraná se destaca como o Estado que mais vacinou para a primeira dose em meninas (77,8%), tendo a mais alta cobertura vacinal entre todas as unidades federadas. Santa Catarina vem logo em seguida, com 75,76%. Com relação a segunda dose, a cobertura no Paraná é de 62,42%.

Acredita-se que a queda nas coberturas vacinais estejam ligadas com a hesitação vacinal devido às fake news e movimentos anti-vacinas, que têm contribuído para a baixa procura pelos imunizantes.

AÇÕES – Durante todo o ano, a Sesa presta apoio aos municípios para o cuidado integral da saúde da mulher, com especial atenção para ações de promoção da saúde, prevenção e detecção precoce do câncer de colo de útero e mama. Promove ainda, a busca ativa de mulheres dentro da faixa etária para que façam os exames de rastreamento e orienta os municípios para a importância da vacina do HPV, além de incentivar o atendimento ampliado, em horários alternativos, durante a semana.

Em outubro, o Governo do Estado promove a campanha denominada Paraná Rosa, envolvendo todos os municípios paranaenses com objetivo de contribuir para o movimento internacional da campanha Outubro Rosa. São programadas diversas ações. A principal delas é informar e esclarecer à população feminina sobre a importância de realizar os exames preventivos que estão disponíveis nos 399 municípios paranaenses durante todo o ano.

CAPACITAÇÃO – Na última semana, a Sesa promoveu uma capacitação sobre a qualificação em diretrizes Brasileiras para Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, além disso, realizou visitas técnicas em unidades de saúde para promover o aprimoramento de profissionais da APS no que diz respeito a protocolos, normas técnicas, padronização do processo de trabalho e reorganização do fluxo.

Ainda neste mês, a 10ª Regional de Saúde de Cascavel, em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Laboratório de Monitoramento Externo da Qualidade dos Exames Citopatológicos do Colo do Útero (Labmeq) da Unioeste, realizou uma capacitação para instrumentalizar as equipes municipais de saúde para a coleta do exame citopatológico do colo do útero e acompanhamento das mulheres no território. O curso contou com a participação de 115 profissionais.

Foi realizada, ainda, uma visita técnica no LABMEQ, que faz a avaliação da qualidade desses exames para todo o Estado.

Fonte: Sesa