Produtos de qualidade, excelência no atendimento, empreendedorismo. Baseado nessas premissas, a pequena farmácia de manipulação O Boticário, fundada em 1977, se transformou na maior franquia de perfumes e cosméticos do mundo. Hoje são mais de 3 mil lojas, 16 mil empregados e 46 milhões de consumidores por ano. Foi toda essa história de sucesso e perseverança que o público do Seminário Femipa conheceu durante a palestra apresentada pelo fundador de O Boticário, atualmente presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário e farmacêutico por formação, Miguel Krigsner.

Na avaliação do empresário, quando se fala em gestão, deve-se lembrar que ela é um meio e não um fim. “Para ter uma boa gestão é preciso medir para poder gerenciar todo o processo”, afirma. Além disso, ele sugere que o planejamento estratégico seja de médio e longo prazo. “O planejamento não pode ser reefeito a cada ano. Qualquer organização precisa saber onde quer chegar e isso não pode mudar a todo instante”, ensina a experiência de quem levou a marca para outros oito países.

Para que toda essa engrenagem funcione, Krigsner enfatizou que o Grupo tem como desafio valorizar o capital humano. Ele explica que cada funcionário sabe o seu papel dentro da empresa, tem a formação adequada e a contrapartida financeira, um plano de carreira, feed back do chefe e é estimulado para se sentir motivado. “A pessoa precisa ter consciência de que trabalha na organização não somente pelos objetivos da empresa, mas para alcançar os seus próprios objetivos”, afirma. Segundo o empresário, tudo isso ajuda a garantir um bom atendimento ao cliente, ponto que ele avalia como fundamental também na área da Saúde. “O bom atendimento tem que acontecer em todos os ambientes, em uma loja que vende cosméticos e nos hospitais”, defende.

Outro ponto apontado por Krigsner como essencial para uma boa administração de uma empresa é a questão da sucessão e não apenas a que envolve a alta direção. Segundo o empresário, o assunto deve ser levado em conta em todos os níveis. “É preciso preparar profissionais que possam ocupar um cargo de gerência, por exemplo. É um tema delicado, mas que deve ser tratado abertamente, porque as pessoas partem, mas a empresa tem que continuar”, resumiu.