09.02O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, apresentou nesta sexta-feira (6), em Recife (PE), os resultados da experiência inovadora do Paraná na reestruturação da rede de hospitais públicos e filantrópicos, através do programa HospSUS. Gestores de todo o país puderam conhecer a política adotada pelo Estado nos últimos quatro anos, que garantiu mais de R$ 270 milhões em investimentos para o setor.

A apresentação foi realizada durante o Painel Debate, evento promovido pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil (CMB). Nesta edição, o tema principal foi a necessidade de ampliar a parceria entre a filantropia e o poder público em busca de avanços para a saúde pública.

No Paraná, esta parceria foi fortalecida sobretudo após a implantação do HospSUS, em julho de 2011. “Entendemos que o SUS depende muito dos serviços e leitos ofertados pelos hospitais filantrópicos. Por conta disso, criamos um programa estadual dedicado ao apoio a esses hospitais, com aporte significativo de recursos para obras, equipamentos e custeio mensal”, explicou Caputo Neto.

Assim como em todos os programas estratégicos da Secretaria da Saúde, o HospSUS prioriza também investimentos na capacitação de gestores e profissionais da área hospitalar. Além de cursos específicos sobre processos de trabalho, humanização e atualização profissional, o programa ofereceu ainda uma pós-graduação em gestão hospitalar.

5  TRÊS FASES – No início, o HospSUS      beneficiou 51 hospitais públicos e      filantrópicos de alta complexidade que    se estabeleceram como referências  regionais para as redes Mãe Paranaense  e Paraná Urgência. O apoio do Governo  do Estado permitiu que fossem abertos  na rede pública pelo menos 670 novos  leitos de UTI adulto, neonatal e  pediátrica em quatro anos.

Na segunda etapa, o foco foram os hospitais e maternidades de média complexidade, com um incremento no repasse de recursos para qualificação dos partos de risco intermediário realizados. Já na terceira fase, o objetivo foi fortalecer hospitais de pequeno porte, cujos serviços também são essenciais para o atendimento da população de municípios menores.

“Ao todo são 255 hospitais beneficiados pelo programa. São investimentos que não existiam e hoje refletem na melhoria da qualidade dos serviços disponíveis em todas as regiões do Paraná”, disse Caputo Neto, que também destacou a importância do apoio da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa) em todo esse processo.

O secretário lembrou ainda que o dinheiro só é repassado mediante avaliação positiva de uma série de indicadores de qualidade e produção desses hospitais. “O recurso não é uma mesada. Cobramos melhorias na estrutura e no atendimento ofertado aos pacientes. Isso tudo é pré-requisito para que a unidade continue fazendo parte do programa”, afirmou.

ÍNDICES POSITIVOS – O programa HospSUS, como retaguarda da Rede Mãe Paranaense, foi determinante para que o Estado do Paraná conseguisse reduzir significativamente os índices de mortalidade materna (40%) e infantil (10%). Isso significa que 550 mães e bebês foram salvos pelas ações coordenadas pelo Governo do Estado e que tirou o Paraná de um período de 10 anos sem redução da mortalidade materna e infantil.

A organização da Rede Paraná Urgência, com o apoio do HospSUS, também trouxe resultados importantes em relação à retaguarda de assistência às situações de urgência e emergência no Estado. Prova disso é a queda no número de mortes por acidentes de trânsito (21,7%) e no número de mortes precoces por doenças cardiovasculares (7,4%).

PROJETO-PILOTO – Outro avanço apresentado por Caputo Neto em sua palestra foi a implantação em 2014 da primeira Unidade Especializada em Cuidados Continuados do sul do país. O serviço funciona há dois meses no município de Rebouças, região Centro-Sul do Estado.

A experiência faz parte de um projeto-piloto do Governo do Paraná para encontrar uma nova vocação aos hospitais de pequeno porte existentes no Estado. A intenção é transformar parte deles em unidades de referência para o atendimento às condições crônicas e reabilitação, acompanhando a crescente demanda por este tipo de assistência.

DEBATE – O evento desta sexta reuniu autoridades como os secretários de saúde do Rio Grande Sul, João Gabbardo; Pernambuco, José Iran Costa Júnior; o secretário adjunto de saúde do Estado de São Paulo, Wilson Pollara; e o presidente da CMB, Edson Rogatti.

A programação contou com debates sobre as alternativas de financiamento dos hospitais filantrópicos e a implantação do projeto “Santas Casas SUStentáveis”. Foi apresentado também o novo sistema da Central de Regulação do SUS no Paraná, implantado pela MV Sistemas.

Fonte: Sesa