As Santas Casas e Hospitais Filantrópicos têm sofrido muito com a falta de recursos, e as dívidas que se acumulam. Mas como conseguir que a sociedade se envolva e ajude a recuperar esses centros de saúde? Porque não com modelos que têm dado certo? Durante o painel “O resgate da participação da sociedade na sustentabilidade do hospital”, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, e a superintendente de Desenvolvimento Institucional do Grupo de Apoio à Criança e Adolescente com Câncer (Graac), Tammy Allersdorfer, apresentaram as experiências de sucesso de suas instituições e que podem ajudar na recuperação financeira dos hospitais.

Henrique explicou que o segredo do Hospital de Amor é uma gestão de saúde onde o dinheiro não é fator decisivo, onde as pessoas são tratadas como iguais. “Uma instituição que se propõe que as pessoas sejam tratadas por amor, não só por remédios e equipamentos’, explicou.

Segundo o presidente da instituição, como as pessoas ficam felizes em ser bem atendidas elas acabam fazendo questão de ajudar depois. Elas e os municípios fazem bolões e leilões para contribuir com o hospital.

Ele citou ainda que quando chegou à gestão da Santa Casa de Barreto encontrou o hospital com uma enorme dívida e onde os médicos eram os donos. “Eles cobravam por fora para os pacientes para fazer os procedimentos”. Henrique explicou que acabou com a prática, que “denegria” a imagem do hospital, e hoje a situação de dívida começou a mudar. “Assumi o resultado que estou empatando a receita e a despesa. Hoje tenho condição de atender toda demanda de todos 250 leitos”, colocou.

Já Tammy Allersdorfer, falou um pouco mais da experiência do Graac, hospital especializado no tratamento de câncer infantil. Ela mostrou que hoje o hospital tem uma arrecadação anual de 81 milhões – 15,67% são de recursos governamentais, 8,82% vem do Mc Dia Feliz, 10,84% campanhas e eventos, 64,66% doações de pessoas físicas e jurídicas. Mas para que isso aconteça Tammy ressalta que é preciso ter alinhadas as ações de captação e de comunicação –“se não tivermos o que mostrar e o que estamos fazendo não vamos nos estabelecer”, explica.

Ainda de acordo com a superintendente conseguir os investimentos não é impossível para ninguém, “temos muita gente que pode investir e temos muito recursos”. Ela cita como dicas: levantar necessidade de recurso, mapear as possibilidades, criar um mailing, fazer contato, fechar uma parceria, prestar de contas, e não deixar de fazer o agradecimento e reconhecimento. E sempre, investir, mesmo que o mínimo, em captação.

Fonte: CMB