A constatação de que os R$ 84 bilhões de reais do orçamento necessário para custear a saúde pública brasileira durante este ano já foi arrecadada pela União em somente 20 dias do mês de janeiro, foi feita segunda-feira à noite pelo Presidente do CFM – Conselho Federal de Medicina, Dr. Roberto Luiz d’Ávila, em palestra proferida na Assembleia Legislativa a convite do deputado Ney Leprevost (PSD), Líder da Frente Estadual da Saúde e Cidadania. “Janeiro bateu recordes de arrecadação federal, alcançando R$ 102 bilhões, dos quais R$ 84 bilhões compõem o custo anual da saúde. E dizem que falta dinheiro, que a CPMF precisa voltar e ainda efetuam cortes no nosso orçamento?”, indaga o Dr. D’Ávila.

Para o deputado Ney Leprevost, os números divulgados pelo Presidente do CFM comprovam o que os cidadãos vivenciam diariamente nas filas da saúde: “há dinheiro, mas a contrapartida do governo não é compatível. O cidadão paga imposto, mas não recebe o retorno à altura. É preciso lutar sem descanso para que os investimentos na saúde sejam prioridade absoluta de todas as esferas governamentais”, declarou Ney.

Um dos objetivos da Frente Estadual da Saúde e Cidadania, liderada pelo parlamentar, é o de ser “a voz dos que não tem vez nas filas da saúde”.

O tema “Medicina, Saúde e Equidade” foi magistralmente abordado para os cerca de 140 profissionais da área da saúde, conselheiros do Conselho Regional de Medicina, membros da Associação Médica do Paraná, dirigentes de hospitais da capital e representantes de entidades ligadas à área de saúde que estiveram presentes.

“O governo deveria aplicar na saúde muito mais do que os 12% regulamentados na marra pela Emenda 29, como acontece na França e na Inglaterra, onde o dinheiro público responde por quase 80% das despesas que um cidadão tem com a saúde contra apenas 20% dos planos particulares”, ressalta Ney.

Na visão do Presidente do CFM, a interiorização da medicina e um plano consistente de incentivo à carreira dos profissionais também são itens de fundamental importância para que a universalização da saúde – inscrita na Constituição Federal de 1988 – torne-se efetivamente verdadeira. O Chefe da 2ª. Regional de Saúde do Paraná, Dr. Mateus Chomatas, funcionário público há quase 28 anos, compartilhou desta opinião do Presidente do CFM e ainda a reforçou: “o médico se inscreve no concurso público de uma cidade do interior do Paraná e, na primeira oportunidade, já pede transferência para Curitiba”.

Para o Presidente do CFM, o encontro promovido pela Frente Estadual da Saúde foi uma excelente oportunidade para expor ao setor de saúde do Paraná a abissal diferença entre a medicina dos ricos e a dos pobres: “enquanto os pobres morrem de falta (de comida, de proteínas, de remédios, de higiene), os ricos morrem do excesso das mesmas coisas”.

Fonte: Gabinete deputado Ney Leprevost

Foto: Nani Gois/Alep