DSC_0141Na tarde da última quarta-feira, o presidente da Femipa, Luiz Soares Koury, e a superintendente da instituição, Rosita Márcia Wilner, estiverem em Rebouças (PR) para a inauguração da primeira unidade especializada em cuidados continuados integrados do Paraná. O serviço, que começou a ser prestado no dia 13 de novembro, é disponibilizado no Hospital da Caridade Dona Darcy Vargas. Essa unidade faz parte de um projeto-piloto do governo do Estado para ampliar a oferta de serviços na área de atendimento às condições crônicas e reabilitação. O evento contou com a presença do secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto; do chefe da 4ª Regional de Saúde, João Almeida; do consultor do Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), Paulo Carrara; gerente de Responsabilidade Social do Hospital Samaritano, Dante Dianezi Gambardella; e o prefeito de Rebouças, Claudemir dos Santos Herthel.

De acordo com Caputo Neto, a abertura da unidade representa o início da implantação de um novo modelo de atendimento no Paraná, inspirado nos sistemas de saúde da Catalunha e de Portugal. “Nossa proposta é utilizar hospitais de pequeno porte para criar uma rede de serviços de saúde especializada na atenção às condições crônicas. Isso é uma resposta à demanda crescente de pacientes por conta do envelhecimento da população”, explica.

Esta é a quarta unidade de cuidados continuados integrados do país e a primeira da região sul. De acordo com o consultor do Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), Paulo Carrara, que trabalha na condução do projeto no Brasil, a experiência do Paraná será exemplo para outras iniciativas. “A intenção é que este modelo seja levado para todas as regiões do país e por isso o Paraná sai na frente, junto com São Paulo e Mato Grosso na vanguarda da saúde pública”, conta.

DSC_0326

SOLUÇÃO – Para o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa), Luiz Soares Koury, a ideia de adequar a vocação dos hospitais de pequeno porte para este tipo de atendimento pode ser a solução para evitar o fechamento desses hospitais. “Este modelo assistencial não necessita de grande estrutura ou equipe altamente especializada, por isso pode ser aplicado em pequenos hospitais e pequenos municípios”, disse. “Desta forma, poderemos resgatar hospitais que estão à beira do fechamento e atender melhor a população”, completou.

O Hospital da Caridade Dona Darcy Vargas era um dos que enfrentava graves problemas financeiros e tinha dificuldade para se manter. Com atendimento de urgência e emergência de baixa complexidade, o serviço tinha uma taxa de ocupação de leitos de apenas 25% a 30%.

FUTURO – De acordo com o prefeito municipal de Rebouças, Claudemir dos Santos Herthel, a expectativa é que o hospital agora seja mais resolutivo e garanta assistência multidisciplinar ao paciente. “Vamos oferecer um tratamento voltado à recuperação gradativa do cidadão, buscando reintegrá-lo ao convívio familiar da melhor forma possível. Por isso, contamos com uma equipe multiprofissional, composta por médico, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, enfermeiro e técnicos de enfermagem”, ressalta.

A unidade de Rebouças está funcionando há um mês e tem à disposição novos equipamentos e equipe multiprofissional treinada no Brasil e na Europa. Nesta primeira fase, o local terá capacidade para atender 15 pacientes. Com a ampliação, prevista para o ano que vem, serão abertos mais 10 leitos e uma nova ala de fisioterapia, além de outros setores administrativos. O Governo do Estado investirá R$ 1,6 milhão na obra, cujo projeto já foi concluído.

CASO – Um dos primeiros pacientes internados foi o aposentado Ântônio Krupczak, de Irati. Ele sofreu um acidente vascular cerebral, perdeu parte dos movimentos do lado direito do corpo e ficou internado na UTI da Santa Casa de Irati. Após a alta da UTI, Antônio ocupava um leito geral de urgência e emergência, embora precisasse de assistência para sua recuperação. Avaliando seu quadro clínico, a equipe médica decidiu transferi-lo para o Hospital de Rebouças.

“Antes, não existia um serviço intermediário para que esse tipo de paciente fosse encaminhado. Ou ele continuava no hospital de alta complexidade, ocupando um leito de urgência e emergência, ou ele iria para casa para ser acompanhado pelas equipes de saúde da família”, informa o diretor da 4ª Regional de Saúde, João Almeida Júnior.

Após 30 dias de internação e diversas sessões de fisioterapia, Antônio está próximo de receber alta. “Cheguei aqui bem debilitado, sem poder fazer quase nada sozinho. Hoje já estou melhor, me movimentando com mais facilidade e pronto para voltar para casa”, conta.

NOVOS VEÍCULOS – Durante a inauguração da nova ala do hospital de Rebouças, o secretário Caputo Neto também anunciou o repasse de R$ 120 mil para a aquisição de um veículo para reforçar a frota de transporte de pacientes do município. Também foi anunciada a entrega de mais uma ambulância para Rebouças e outra para Rio Azul no ano que vem.