No próximo 28 de julho é o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais, uma doença infecciosa que gera inflamação no fígado, podendo ser aguda (curta duração) ou crônica (longa duração), causada por um grupo de vírus (A, B, C, D e E). Recentemente, o Ministério da Saúde lançou um plano para eliminar a hepatite C no Brasil até 2030, simplificando o diagnóstico e ampliando a testagem. Atualmente, segundo o Ministério, a hepatite C tem o maior número de notificações dentre todas as hepatites. Em 2017, a taxa de incidência foi de 11,9 casos por cada 100 mil habitantes. São mais de um milhão de pessoas que tiveram contato com o vírus do tipo C, o que representa 0,71% da população brasileira.

Confira na entrevista com a Dra. Letícia Ziggiotti, infectologista do Hospital São Vicente, em Curitiba (PR), mais detalhes da doença:

Quais as formas de transmissão?

Dra. Letícia Ziggiotti: O modo de transmissão depende do tipo do vírus. Sobre os três de maior importância: a hepatite A é transmitida por via fecal-oral, de uma pessoa infectada para outra ou através de água ou alimentos contaminados. O vírus B é transmitido principalmente por via sexual, mas pode também ser transmitido pelas vias parenteral e perinatal (gestação/parto). A hepatite C tem o contato com sangue contaminado como principal via de transmissão.

Qual a melhor forma de prevenção?

Dra. Letícia Ziggiotti: Para prevenir-se, é importante que o indivíduo use preservativo nas relações sexuais, complete os esquemas de vacinação disponíveis quando indicado, não use drogas injetáveis e nem compartilhe objetos de uso pessoal como alicates de unha e lâminas de barbear. Vale lembrar que há vacinas disponíveis contra hepatite B e contra hepatite A.

Como diagnosticar a doença?

Dra. Letícia Ziggiotti: Existem testes rápidos disponíveis pelo sistema público de saúde, com resultado em poucos minutos, e também exames de sangue específicos que podem ser feitos durante um check-up, por exemplo. É importante que o paciente solicite ao seu médico para que inclua os exames para hepatites virais durante seus exames de rotina.

É uma doença silenciosa?

Dra. Letícia Ziggiotti: Estima-se que mais de 2 milhões de brasileiros sejam portadores de hepatite crônica – e destas, a hepatite C é a mais comum. As hepatites B e C, especialmente, causadoras de hepatite crônica, normalmente fazem pouco ou nenhum sintoma até que a doença já esteja avançada. O perigo é que em fase crônica, os vírus B e C podem ser responsáveis por falência do fígado (cirrose) e câncer, com alta mortalidade.

Como é o tratamento?

Dra. Letícia Ziggiotti: O tratamento varia de acordo com o tipo do vírus – a hepatite A, que causa doença aguda, não tem tratamento específico. As hepatites B e C, que causam também doença crônica, têm tratamentos eficazes e disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. A hepatite C atravessa uma revolução no seu tratamento atualmente, com medicamentos que oferecem chances de cura em mais de 90% dos casos.

Sobre o Hospital São Vicente-Funef

Fundado em 1939, o Hospital São Vicente é referência no transplante de fígado e rim, e nas áreas de Oncologia e Cirurgia. De alta complexidade, atende diversas especialidades clínicas e cirúrgicas, sempre com foco na qualidade e no tratamento humanizado. Desde 2002, a instituição é gerida pela Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Koutoulas Ribeiro (Funef).

Sua estrutura conta com Pronto Atendimento, Centro Médico, Centro Cirúrgico, Exames, UTI, Unidades de Internação e Centro de Especialidades. O programa de Residência Médica é credenciado pelo MEC nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Digestiva, Cancerologia Cirúrgica e Radiologia.

Mais informações: www.hospitalsaovicente.com.br

Fonte: Assessoria de Comunicação Hospital São Vicente