Curitiba tem se destacado na realização de diversos procedimentos cirúrgicos inéditos na cidade e, também, no Paraná. O robô cirúrgico mais moderno do mundo, Da Vinci XI, foi um investimento do Hospital Nossa Senhora das Graças para a implantação da cirurgia robótica no hospital, sendo o único do Sul do país a contar com a tecnologia.

Essa versão do robô, diferentemente da anterior, amplia o número de cirurgias minimamente invasivas e das especialidades médicas em que é possível utilizar o sistema de robótica. Entre os procedimentos realizados no HNSG, alguns já são pioneiros no Estado, como a realização da primeira lobectomia pulmonar – retirada de câncer no pulmão, feita pelo cirurgião torácico Adrian Schner; o primeiro bypass gástrico – cirurgia bariátrica realizada pelo cirurgião do aparelho digestivo Giorgio Baretta; e, recentemente, a primeira hepatectomia – retirada de câncer de fígado feita pelo cirurgião geral Eduardo Ramos.

O HNSG, que é referência em tratamento oncológico, está bastante otimista com a aquisição, isso porque um dos principais benefícios é em relação à recuperação dos pacientes. Devido à manipulação menos invasiva do campo cirúrgico, o tempo de cirurgia e sangramento é menor, o paciente sente menos dor e a recuperação é mais rápida. “Além dos benefícios da cirurgia robótica, o Da Vinci também está sendo um grande aliado para que pacientes, principalmente oncológicos, permaneçam o menor tempo possível dentro do ambiente hospitalar nesse momento de pandemia, pois um dos grandes diferenciais da cirurgia robótica é a redução do tempo de internação”, diz o diretor-executivo do HNSG, Flaviano Feu Ventorim.

O Da Vinci XI, implantado há sete meses no HNSG, é a última versão do robô. “Essa é uma tecnologia que veio para ficar. É a evolução da tecnologia na medicina. Não está disponível facilmente, mas acreditamos que em breve vai estar em todos os hospitais, em todas as salas de centros cirúrgicos”, diz o cirurgião do aparelho digestivo Giorgio Baretta, que realizou um treinamento em uma instituição de saúde, a AdventHealth Nicholson Center, na Flórida, nos Estados Unidos, para operar o robô “Da Vinci XI”.

Cirurgião geral Eduardo Ramos realizou a primeira hepatectomia do Sul do país, com o uso da tecnologia robótica

Primeira hepatectomia

A hepatectomia é uma cirurgia complexa, de recuperação demorada, e geralmente necessita de grandes incisões. “O fígado e o pâncreas são os órgãos mais complexos a serem abordados”, explica o cirurgião geral Dr. Eduardo Ramos, que comandou a primeira cirurgia do Paraná e do Sul do país para a retirada de câncer no fígado com o uso do robô Da Vinci XI. O paciente se recupera bem e ficou poucos dias na UTI. “A vantagem da cirurgia robótica consiste na visualização ampliada e tridimensional do campo cirúrgico, incisões menores e utilização de instrumentais que permitem uma grande amplitude de movimentos com precisão, que simulam os movimentos da mão humana”, acrescenta o médico.

 

 

Como o robô funciona

O Robô Da Vinci XI funciona por meio de controles manuais, semelhantes a um joystick, e permite ao cirurgião controlar os braços robóticos tendo uma visão de alta qualidade, podendo alcançar órgãos de difícil acesso e realizar movimentos precisos através de pequenas incisões no corpo. O médico simula os movimentos da cirurgia tradicional, replicados em tempo real e alta precisão pelo robô, que possui quatro braços, telecomandados pelo cirurgião, que permanece numa mesa de controle. Para utilizar o robô, o médico precisa ser certificado, o que consiste em curso teórico, além de treinamentos práticos e em simuladores.

Fonte: Hospital Nossa Senhora das Graças