Os hospitais do estado do Paraná vivem um momento de alerta diante da possibilidade de faltar insumos na rotina de atendimento. Todos os tipos de soro – fisiológico, ringer lactato e simples, glicosado -, e também iodo para exames de contraste (tomografia, radiografias, ressonância magnética) estão na lista daqueles que precisam ser limitados aos pacientes. Os fornecedores alegam dificuldade em encontrar embalagens, no caso dos soros, segundo a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa).

Ao Portal Nosso Dia, o presidente do Femipa, Charles London, explicou que a falta de insumos extrapola as fronteiras. “Há outros países na mesma situação, inclusive, quanto aos iodos para contrastes. Os soros estão com essa questão de embalagem. Nesse momento, aqueles fornecedores que têm para vender acabam aumentando os valores e ainda não garantem entrega”, lamentou o presidente.

Do Estado

Diante disso, equipes hospitalares de todo o Estado se veem em um momento delicado de reter insumos para uso em casos mais emergenciais. “Não há expectativa de melhora, mas a Sesa (Secretaria de Saúde do Paraná) está sensibilizada a essa situação e tem disponibilizado materiais a hospitais que enfrentam mais dificuldade”, garantiu Charles.

Por causa das licitações, fornecedores da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa) têm prazos determinados de entrega e menor possibilidade de atrasos e falta de produtos. “Estamos aguardando uma mudança de posicionamento e melhora desse envio. Já tivemos, pontualmente, falta de outros insumos, como medicamentos analgésicos, mas que logo se estabilizou. Esperamos que logo melhore”, finalizou o presidente da Femipa ao Portal Nosso Dia.

Nacional

A falta de insumos é preocupação em todo o país. A Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) alertou que o quadro vem se agravando nas últimas semanas.

“O aumento da demanda neste momento, reprimida por pedidos de exames de imagem durante a pandemia da covid-19, é apontada como uma das causas. A CNSaúde entende que tal fator já deveria estar na previsão de todos os atores do setor”, afirmou a entidade.

A CNSaúde cobra maior planejamento do setor privado, além de apoio do Ministério da Saúde para antecipar situações de falta de material e insumos. Segundo a instituição, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) entregou ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um ofício pedindo providências sobre o caso.

Já o Ministério da Saúde informou que tem trabalhado para manter a rede de saúde abastecida e inseriu medicamentos na lista de produtos com redução do imposto de importação sobre insumos.

Fonte: Geovane Barreirio - Portal Nosso Dia