14.12.05 audiencia publicaEm audiência pública realizada na sexta-feira, 5, na Câmara Municipal de Curitiba, os gestores dos principais hospitais filantrópicos da capital foram enfáticos ao afirmar que a situação está insustentável. A audiência foi convocada pelos vereadores Noemia Rocha, Chicarelli, Colpani, Mestre Pop e Paulo Rink, que compõem a Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara, teve por objetivo debater a crise que se instalou sobre as instituições filantrópicas de saúde da capital devido aos atrasos no repasse por parte da prefeitura de Curitiba de recursos provenientes da União para pagamento dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com os hospitais, os problemas nos atrasos – que chegam a 49 dias – e da diferença de valores repassados começaram em 2013. “Mesmo após um acordo no ano passado, que foi cumprido apenas durante dois meses, a situação persistiu. Apesar das tentativas de negociação em 2014, nada mudou”, afirmou José Álvaro da Silva Carneiro, diretor Corporativo do Hospital Pequeno Príncipe.

Na avaliação do diretor da Femipa, Álvaro Quintas, que representou o presidente da Federação na audiência, não é o perfil das entidades expor publicamente os problemas, mas sim, atender a população. No entanto, as dificuldades provocadas pelos atrasos e outros problemas gerados pelas decisões dos governos em todas as esferas são tantas que não restam alternativas. “O que pedimos neste momento é simples: o repasse dos recursos em dia e uma política de atenção hospitalar”, afirmou.

Convidados à discussão, os secretários Adriano Massuda (Saúde), Eleonora Fruet (Finanças) e Fábio Dória Scatolin (Planejamento e Administração), e a superintendente de planejamento, Ana Jayme, não compareceram à audiência, ausência criticada pelos gestores hospitalares e pelo vereador Chicarelli.

Coube ao diretor de Redes de Atenção à Saúde, César Monte Serrat Titton, dar explicações sobre os fatos. Para Titton, a adesão a um programa federal que envolve repasses pressupõe que a entidade assuma responsabilidades. “Em alguns dos casos que hoje estamos discutindo, houve má gestão”, afirmou. O representante da secretaria disse que “dos R$ 347 milhões repassados em 2013, R$ 81 milhões foram destinados ao Hospital Evangélico, portanto se percebe que a sustentabilidade de uma instituição hospitalar não está necessariamente ligada aos valores monetários envolvidos”.

Os argumentos foram rebatidos pelos gestores hospitalares, que classificaram sua afirmação como ofensiva. O diretor do Hospital Pequeno Príncipe disse que os indicadores das entidades filantrópicas sempre estiveram à disposição da população e das autoridades fiscalizadoras. “Cabe ao poder público demonstrar, com dados concretos, se houve, de fato, algum tipo de má gestão”, afirmou, sugerindo ainda que a prefeitura apresente os indicadores de custos e gestão dos hospitais próprios do município.

A partir das discussões realizadas no encontro, a Femipa levantou alguns pontos que serão encaminhados para esclarecimento por parte da Secretaria Municipal de Saúde.

Fonte: Assessoria de Imprensa Femipa