Construídos para a assistência à saúde, os hospitais também podem ameaçá-la com os impactos ambientais provocados por sua atividade, transformando-os em agentes potencialmente poluidores e, dessa forma, ajudando a criar condições que favorecem a propagação de doenças. O setor de saúde responde atualmente por 8,4% do PIB do País, gera cerca de 4,5 milhões de empregos e é constituído por cerca de 6.800 hospitais. Se esses números são expressivos, os impactos ambientais são igualmente relevantes. No entanto, como são milhares de unidades hospitalares distribuídas pelo País, os impactos ambientais passam muitas vezes despercebidos.

Consumidores de grandes quantidades de insumos, como água, energia, alimentos, materiais e medicamentos, e gerando o deslocamento de milhares de pessoas entre
profissionais e pacientes, os hospitais criam impactos proporcionais. De uma forma ou de outra, acabam gerando emissões, efluentes e resíduos. Parte deles terá tratamento especial por causa das características químicas ou infectantes. Os resíduos orgânicos irão se decompor em aterros, produzindo metano, um dos gases de efeito estufa. Além disso,
funcionando ininterruptamente, demandam grandes quantidades de recursos cada vez mais escassos, como água e energia.

Dá para ser diferente? A resposta é sim. Hospitais em todo o mundo já adotam a sustentabilidade como diretriz estratégica, incorporando-a às suas operações diárias, em programas educativos, em projetos de gerenciamento e tratamento das suas emissões, efluentes e resíduos e até nos planos de expansão, descentralizando as suas instalações
para estar mais perto dos pacientes e minimizar deslocamentos. Começam a surgir as edificações hospitalares que seguem os padrões dos chamados prédios verdes, com soluções ecoeficientes, como reutilização da água de chuva e painéis solares para aquecimento de água.

O marco regulador também poderá ajudar. Países como os Estados Unidos
vendem medicamentos em unidades, evitando desperdícios e o descarte inadequado das sobras que o paciente não precisará consumir, e reaproveitam, sob rígidos critérios de processamento e fiscalização, partes de itens como endoscópios, cateteres e outros, que
no Brasil são de uso único.

Para o setor de saúde, a preocupação com a gestão ambiental deve ir além dos aspectos legais ou da simples solução operacional para os resíduos gerados. Trata-se de uma questão ética, de não colocar em risco as condições sanitárias do meio ambiente,
uma vez que a saúde e o bem-estar das pessoas também dependem disso.

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Fonte: Hospital Albert Einstein