O Hospital Infantil Sagrada Família (HISF) realizou, na noite desta terça-feira, 18 de abril, a primeira captação de múltiplos órgãos do local. A solidariedade da família do doador, um garoto de 12 anos, traz uma nova chance de vida para, no mínimo, 5 crianças que aguardavam na fila de transplantes do Paraná. Horas depois do procedimento de retirada no HISF, a primeira dessas crianças, recebia o fígado em Curitiba. Outras duas crianças receberam os rins, também em Curitiba.

Foram retirados, ainda, os globos oculares (para córneas e esclerótica – o branco do olho) e o coração para uso das válvulas. Os globos oculares foram para o Banco de Olhos do Hospital Universitário (HU) de Londrina e as válvulas para o Banco de Válvulas de Curitiba. O garoto que doou os órgãos era do norte pioneiro do Paraná e teve morte encefálica devido a complicações clínicas de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

As cirurgias para retirada dos órgãos no HISF começaram às 22h30. Fígado e coração para válvulas foram retirados por cirurgiões especializados de Curitiba. Rins e globos oculares foram retirados por cirurgiões especializados de Londrina. Todos eles, credenciados como captadores e/ou transplantadores junto ao Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde. Toda a retirada terminou às 3h30.

Capacitação – Os dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) para o Paraná mostram que a doação de órgãos de crianças não é comum. Em 2011, segundo a ABTO, houve seis doações de órgãos de crianças entre 12 e 17 anos, no Paraná. Na faixa de idade entre zero e 11 anos não foi registrada nenhuma doação no Estado no mesmo período.

Além do amor ao próximo, demonstrado pela generosidade da família do doador, a primeira captação de múltiplos órgãos no HISF se deve também ao trabalho da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da Irmandade da Santa Casa de Londrina (ISCAL). Coordenada pela enfermeira Érika Fernanda Bezerra, a CIHDOTT realizou, em fevereiro, um treinamento sobre doação de órgãos em crianças, específico para os profissionais do HISF. Um dos pontos trabalhados no treinamento foi a abordagem da família dos potenciais doadores – uma questão ainda mais delicada por se tratar de criança. “A morte de uma criança em qualquer situação é sempre muito triste. Mas, como profissionais da saúde precisamos pensar nas vidas que essas situação – inevitável – pode salvar”,  afirma Érika Bezerra.

Fonte: Assessoria de Comunicação ISCAL