A Medicina está passando por uma série de transformações, em especial neste período de pandemia, que impulsionou uma série de mudanças. A crise sanitária e suas demandas forçaram vários investimentos, e não só em tecnologia, mas também em gestão e cuidado. No entanto, focar neste tipo de movimento não impede um olhar criterioso para o paciente. A humanização da Medicina traz uma série de benefícios, como acolhimento e até mesmo adesão ao tratamento.

“Ao passo que implementamos inovações tecnológicas, as quais facilitam a vida das pessoas, promovem a democratização do atendimento médico e garantem acesso a especialistas sem barreiras geográficas, não podemos nos desvincular da humanização. Isso porque a ideia de que cada paciente possui uma enfermidade e para ela há um único diagnóstico, já não condiz com essa tendência e com a necessidade apresentada por quem passa por essa experiência. Aquele que busca uma consulta, seja ela presencial ou via telemedicina, quer, acima de tudo, atenção, orientações de como se manter saudável, agradece um olhar que vai além de um checklist pronto. Há muito mais do que questões biológicas. Uma visão holística também leva o profissional de saúde a ofertar apoio psicológico, social, moral e a estabilizar o quadro clínico por um conjunto de soluções”, destaca Gabriel Garcez, diretor médico do Grupo Conexaplayer de saúde digital.

Essa linha de trabalho estabelece uma cooperação entre profissionais, pacientes e suas famílias. Juntos, conciliam as decisões, necessidades e preferências de tratamentos, proporcionando ao paciente uma maior compreensão sobre a sua saúde e efetiva participação nos cuidados, reduzindo os níveis de doenças, reinternações e visitas hospitalares.

Para os profissionais, essa co-criação do processo permite melhores decisões em relação à saúde do paciente, oferecendo uma melhor qualidade de vida, o que leva a um aumento na satisfação dos principais envolvidos: médico e paciente. “A escuta ativa permite o acolhimento empático da biografia de cada indivíduo e, por consequência, a compreensão de suas queixas de forma mais profunda, possibilitando uma melhor resolutividade para o caso, além de um sentimento de pertencimento àquele ambiente de forma ética, profissional, mas sobretudo, empática”, explica Leon Macedo, médico cardiologista e idealizador da Partic – Medicina a um Clique.

A importância da humanização da Medicina é ampla. Segundo ele, essa relação médico-paciente pautada pelo vínculo e pela confiança é essencial para adesão do paciente ao tratamento terapêutico, assegurando benefícios no atendimento médico, criando uma cadeia positiva e de ressignificação na rotina médica. Macedo destaca que o paciente se sente acolhido, confortável e seguro em aderir o tratamento orientado pelo profissional; ao se sentir seguro e aderir corretamente ao tratamento, a melhora do quadro acontece corroborando a eficácia do tratamento prescrito e expandindo ainda mais a confiança no profissional; o envolvimento e a troca com o médico traz o sentimento de pertencimento e segurança ao paciente, que é parte fundamental para o sucesso do tratamento; como consequência, o paciente fica satisfeito e fidelizado ao profissional; estando fidelizado, o paciente indica genuinamente aos amigos e familiares o médico ampliando a rede de atendimento do profissional.

Mas como aliar a humanização da Medicina com a tecnologia e os demais avanços da área? Para Macedo, a tecnologia é de fato parte importante nos avanços da alta medicina. “Contudo, ela sempre será um instrumento na mão do profissional, que é o principal executor de todos esses processos. Por isso, o atendimento humanizado é mais que um diferencial, é um direito e necessidade do paciente, que se faz cada vez mais presente nos tempos atuais”, conclui. 

Gabriel Garcez, do Grupo Conexa, lembra que o paciente busca uma “parceria”. “O fato inquestionável é que gostamos de ser bem tratados, de termos um acompanhamento de nossos planos para uma vida mais plena e de podermos contar com aqueles que confiamos em qualquer hora e em qualquer lugar. Mais do que atendimento médico, buscamos parceria; buscamos incentivo para uma mudança importante em nosso estilo de vida; queremos celebrar nascimentos, o término de um árduo tratamento para doenças crônicas; almejamos essa troca positiva”, afirma.

“Independentemente das inovações que possamos implementar – veja o advento do 5G e suas possibilidades – jamais podemos nos esquecer de contemplar aquilo que nos faz humanos e constrói as nossas relações, sejam elas médicas ou não. Precisamos estar atentos ao bem-estar, à empatia e à capacidade de sermos diferentes, justamente por aquilo que nos torna iguais: o acolhimento”, finaliza.

* Com informações das assessorias de imprensa

Fonte: Saúde Debate