Na última semana, a Interfarma realizou o evento “As Novas Tecnologias e a Saúde Suplementar” para debater o impacto do medicamento no custo dos planos de saúde. O evento reuniu um público de 120 pessoas e contou com a presença de quatro representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Rogério Scarabel, Diretor de Normas e Habilitação dos Produtos; Maurício Nunes, Diretor Adjunto de Normas e Habilitação dos Produtos; Teófilo Rodrigues, Gerente de Assistência à Saúde e Carla Soares, Gerente Geral de Regulação Assistencial, que realizou o discurso de abertura oficial do evento, em nome de Leandro Fonseca.

Para enriquecer o diálogo, participaram também o Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Sergio Simon; o Gestor médico da UNIMED de São José do Rio Preto (SP), Dr. Manoel Carlos dos Santos; a Presidente e Diretora Executiva da Oncoguia, Luciana Holtz e o Vice-presidente Sênior para América Latina da IQVIA, Sydney Clark, apresentou os resultados de um estudo encomendado pela INTERFARMA, sobre os reais impactos dos medicamentos nos custos da saúde. Para acessar a publicação clique aqui.

Seguem abaixo os principais pontos abordados ao longo do evento.

Por meio do estudo, ficou comprovado que o medicamento:

  1. Representa apenas 6,5% dos custos das operadoras;
  2. É o responsável pela transformação nos desfechos de algumas doenças que hoje estão controladas (hepatite C) ou se tornaram crônicas (AIDS), levando à qualidade de vida do paciente. Além disso, os medicamentos evitam custos extras associados aos agravos e às intervenções que decorrem do paciente que não tem acesso;
  3. O medicamento, dentro do setor de saúde, é o mais regulado: pesquisa clínica, registro sanitário, preço, incorporações no SUS e na saúde suplementar. O tempo é variável, portanto, atrasa e encarece o processo, dificultando o acesso ao que há de mais efetivo e atualizado.
  4. Entre os palestrantes, houve consenso de que há muito desperdiço e ineficiência no sistema, além de fraudes. Portanto, é preciso investir na prevenção, no diagnóstico mais precoce e no tratamento com a tecnologia mais eficaz disponível;
  5. ANS reconhece que é preciso aumentar a eficiência do sistema, incentivando a substituição do pagamento por serviço prestado pelo desfecho clínico;
  6. Em relação ao Rol de Procedimentos, a Agência disse ser inviável reduzir o prazo de três anos para a revisão (2021), pois desde o lançamento da Consulta Pública em fevereiro passado, não recebeu nenhuma contribuição. O prazo da CP se encerra no próximo mês de maio. Entretanto, reforçou que existe previsão legal que permite que determinada tecnologia possa ser incorporada a qualquer tempo em condições de excepcionalidade (epidemia de microcefalia e vírus Zika);
  7. O compartilhamento de dados dos pacientes (mantendo o sigilo) foi citado como forma de aumentar a efetividade do tratamento, já que eles podem migrar de planos e prestadores várias vezes em suas vidas.

Fonte: Interfarma