Cerca de 25 a 30% da população têm joanete. A deformidade óssea é causada pelo desvio lateral do hálux (“dedão do pé”), provocando uma saliência óssea proeminente e dolorosa, dificultando o uso de calçados, caminhadas e as atividades diárias. Segundo o Dr. Cleder Eduardo Suriano, ortopedista do Hospital São Vicente, com especialidade em Cirurgia do Pé e Tornozelo, são vários os fatores desencadeantes para a doença: “Fatores degenerativos (gota, artrite reumatóide); hereditariedade (herança familiar, pé plano); alterações neurológicas (Acidente Vascular Cerebral – AVC, paralisia cerebral, trauma em coluna (medular); fatores anatômicos como, por exemplo, o formato egípcio dos pés, onde o 1º dedo ou “dedão” é maior que os demais, gerando instabilidade). Além disso, há causas externas como o uso excessivo de calçados de salto alto e bico fino em V”.

Os tratamentos variam, desde o conservador (não-cirúrgico), que inclui medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos prescritos pelo médico; bolsa de gelo nos períodos de dor aguda e também o uso de determinados aparelhos como palmilhas/separador dos dedos; que podem melhorar a dor e o posicionamento dos dedos provisoriamente. “Porém, é importante salientar que o seu uso não previne ou corrige a deformidade definitivamente”, explica o ortopedista.

A única forma de correção da joanete é a cirurgia e existem mais de 150 técnicas para isso. A maioria delas são tradicionais, nas quais é necessário o acesso cirúrgico com cortes maiores para corrigir a deformidade. “Apesar do resultado satisfatório, é necessário um tempo maior para recuperação e cicatrização”.

Mas a cirurgia ortopédica moderna tem caminhado para as técnicas minimamente invasivas ou percutâneas, com menor agressão aos tecidos, com menos dor e menor tempo de recuperação pós-operatória. “Atualmente, dispomos de novas técnicas e instrumentais cirúrgicos que, se adequadamente utilizados, e individualizados para cada tipo de paciente/joanete, oferecem um risco de recidiva bem menor, de cerca de 3-4%.

A cirurgia percutânea é uma técnica usada para o tratamento das deformidades do pé, não só joanetes, através de mini incisões (de 2 a 3 milímetros). “Entre as vantagens estão: pouca ou nenhuma dor pós-operatório, reabilitação mais precoce, permite apoio imediato, menos problemas de cicatrização (diabéticos, idosos, varizes) e menor taxa de infecção quando comparadas às técnicas convencionais (cirurgia aberta)”, orienta o Dr. Cleder.

Ela é indicada para a correção de todos os tipos de joanetes, dedos em garra ou martelo, metatarsalgia (dor plantar ao nível dos metatarsos), joanete do alfaiate (quinto dedo), revisão de cirurgia aberta, má formações congênitas ou complicações que dificultem o acesso convencional.

“Como toda cirurgia existem riscos e complicações, especialmente porque as abordagens são feitas de forma percutânea, sem visualização direta. Por isso é necessário que o cirurgião tenha indicação precisa, muito treinamento e experiência com a técnica e conhecimento anatômico das estruturas envolvidas para evitar lesões”, complementa.

Sobre o Hospital São Vicente-Funef

Fundado em 1939, o Hospital São Vicente tem ampla atuação no transplante de fígado e rim, e nas áreas de Oncologia e Cirurgia. De alta complexidade, atende diversas especialidades clínicas e cirúrgicas, sempre com foco na qualidade e no tratamento humanizado. Desde 2002, a instituição é gerida pela Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Koutoulas Ribeiro (FUNEF).

Sua estrutura conta com Pronto Atendimento, Centro Médico, Centro Cirúrgico, Exames, UTI, Unidades de Internação e Centro de Especialidades. O programa de Residência Médica credenciado pelo MEC nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Digestiva, Cancerologia Cirúrgica e Radiologia.

Mais informações: www.saovicentecuritiba.com.br

Fonte: Hospital São Vicente