Avançar em direção à cobertura universal de saúde é o compromisso que os países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU) assinaram nesta segunda-feira (23), durante a Reunião de alto nível das Nações Unidas, na 74ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Isso inclui o desenvolvimento de mecanismos para evitar dificuldades financeiras causadas por problemas de saúde, intervenções de alto impacto para combater doenças – como a vacinação – e maior esforço para proteger a saúde de mulheres e crianças em todo o mundo.

Além disso, os países devem capacitar os trabalhadores na área da saúde, investir em infraestrutura e melhorar a capacidade de governança. Os avanços serão analisados pela Assembleia Geral em 2023. Durante o evento, o ministro da Saúde do Brasil, Luis Henrique Mandetta, apontou os avanços do país ao oferecer, há 30 anos, saúde universal baseada em três pilares: universalidade, integralidade e equidade.

A declaração ocorre um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros sinalizarem a necessidade de duplicar a cobertura de saúde entre agora e 2030 sob o risco de deixar até 5 bilhões de pessoas incapazes de acessar os serviços de saúde. “No Brasil a saúde é um direito do cidadão garantido pela Constituição. E este direito é assegurado com universalidade, integralidade e equidade. O nosso sistema nacional de saúde é um dos maiores sistemas de saúde pública universal do mundo”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta durante o painel.

Em sua fala, o ministro avaliou que é imprescindível inovar, ser criativo e adaptar o sistema de saúde para trazer novas soluções também para problemas já conhecidos e comuns entre os países. Nesse sentido, Mandetta exemplificou a epidemia de sarampo cujo o Brasil vem passando. Para o ministro é necessária uma ação global para disseminação da informação sobre a importância de prevenir essas – e outros tipos – de doenças que há poucos anos tornaram-se quase que inexistentes. “Estamos nos deparando com o ressurgimento de doenças que poderiam ser prevenidas com vacinas. Isso é algo inimaginável após os avanços que tivemos na produção e cobertura vacinal no século 20”, contextualizou Mandetta.

“No Brasil intensificamos a vacinação e a vigilância em saúde nas fronteiras brasileiras, o que se estende por mais de 15 mil quilômetros. Mas, sozinhos não teremos êxito. Então talvez as ações de vacinação possam ser as primeiras atitudes referentes à cobertura universal de todos os países, sobretudo se levarmos em conta o número de pessoas viajando entres as nações”, avaliou o ministro.

Vários fatores contribuem para o ressurgimento de algumas doenças: baixa cobertura vacinal, a hesitação das pessoas em vacinar, os grupos antivacina e as fake news. “É preciso combater as informações equivocadas porque há gente que realmente sofre com essas doenças em todo o mundo”, afirmou o ministro.

“Nosso país está lutando contra isso, mas nós não conseguiríamos se não tivéssemos um sistema de saúde universal, que luta pela integralidade, universalidade e equidade. Nosso SUS é uma política social muito bem-sucedida que nós compartilhamos com vocês”, ressaltou Mandetta.

O ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta concluiu ainda que é preciso agir juntos para garantir o aumento da capacidade na produção de vacinas e desenvolvimento de vacinas mais eficazes.

Fonte: Ministério da Saúde