“Ela acordou com fome, pediu suco de maçã e frango. E nos deixou muito felizes”. O relato sobre a primeira reação da menina de 6 anos após receber um novo coração em Londrina, é do cirurgião cardíaco Luiz Takeshi, integrante da equipe médica responsável pelo primeiro transplante cardíaco infantil de Londrina. O procedimento, que durou 2h40, foi realizado na noite de 1 de junho, no Hospital Infantil Sagrada Família. O transplante – um marco para região norte de Londrina, só foi possível graças à solidariedade da família da doadora, uma adolescente de 16 anos, vítima de atropelamento em Joinville (SC).

A paciente se recupera bem na UTI do Hospital Infantil, ainda sem previsão de alta. “Ela está estável, mas ainda exige muitos cuidados. O principal desafio é a adaptação do organismo aos imunossupressores para evitar a rejeição do órgão”, afirma Takeshi.

“Depois de mais de cem dias acompanhando o caso dela, é como se fosse alguém da família”, afirma o médico. A paciente, moradora do norte do Paraná, estava internada na UTI do Infantil há 115 dias, por conta de insuficiência cardíaca grave decorrente de uma miocardite. O coração recebido, segundo o médico, é 200 vezes maior que o da menina. Mas, segundo ele, a equipe preferiu que fosse assim porque o coração da paciente já estava bastante aumentado devido à doença. A gravidade do caso, fez com ela fosse colocada na fila de espera de urgência.

120 profissionais envolvidos – Além de Takeshi, os cirurgiões cardíacos Gualter Pinheiro Júnior e Rafael Santoro também participaram da cirurgia de transplante que ainda contou com as anestesistas Amália Tamae Okamoto, Juliane Cavalheiro e Michele Yamabayashi, e uma equipe de cinco profissionais de enfermagem, coordenada pela enfermeira Priscila Derbli.

Fora do centro cirúrgico do Hospital Infantil, calcula-se que outros mais de 110 profissionais se envolveram em todo processo de apenas 4 horas desde a retirada do órgão em Joinville e o transplante em Londrina. Entre eles, a equipe médica e de enfermagem da UTI do Hospital Infantil, os profissionais das Centrais de Transplante envolvidas, o transporte aéreo entre os dois estados e os 20 batedores da Polícia Militar que fizeram a escolta do coração até o Hospital.

54º transplante da equipe – Apesar de ser o primeiro transplante cardíaco infantil realizado pelos cirurgiões, a equipe já acumula uma experiência de 53 transplantes em adultos na Santa Casa de Londrina, hospital do mesmo grupo do Infantil Sagrada Família.

Segundo dados da Central de Transplantes da Regional Norte do Paraná, esse foi o segundo transplante cardíaco em crianças realizado este ano em todo Paraná. O levantamento da Central, mostra que de 2013 até o final de abril deste ano, o Estado realizou 67 transplantes cardíacos. Desses, apenas 6 em crianças.

Fonte: Assessoria de Imprensa ISCAL