Pelo menos dois grandes hospitais de Curitiba estão com restrição de atendimento para novos pacientes nesta quinta-feira (19). O presidente da Femipa (Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná), Flaviano Feu Ventorim, explicou em entrevista à Banda B que o aumento de pacientes com Covid-19 é um dos responsáveis pelas lotações, mas não é o único fator.

“Eu diria que são três fatores. Um dos grupos de pacientes são aqueles que estavam aguardando o retorno da normalidade no atendimento para realizarem procedimentos eletivos. Um segundo fator são as pessoas que estavam sem buscar diagnósticos, com medo, e acabaram entrando em situações de emergência médica. Não podemos esquecer que durante a pandemia muita gente abandonou ou deixou em segundo plano seu tratamento de saúde e de repente voltou aos hospitais com casos mais graves”, afirmou Feu Ventorim.

O terceiro fator seria o aumento de pacientes com Covid procurando os serviços de saúde. O boletim infoGripe, editado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e divulgado nesta quarta (18), apontou que o Brasil passa por uma interrupção de queda e possível retomada no número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que pode indicar casos de Covid-19.

O Paraná é um dos quatro estados que apresenta um sinal de crescimento na tendência de longo prazo, nas últimas seis semanas, de acordo com o boletim. Curitiba também enfrenta uma alta na tendência.

O Nossa Senhora das Graças e o Marcelino Champagnat de Curitiba são exemplos de hospitais que anunciaram nos últimos dias restrições em seus Pronto Atendimentos devido à grande demanda de pacientes. As unidades hospitalares estão priorizando pessoas com quadros clínicos considerados graves.

Cuidados

Segundo o presidente da Femipa, mesmo com o avanço da vacinação, a pandemia ainda preocupa.

“A pandemia preocupa ainda porque não temos a noção exata de como essa variante delta se coloca na sociedade. Não sabemos se ela vai pegar pacientes que já tomaram vacina, o que ela faz com as pessoas, sabemos apenas que ela é mais transmissível. A vacina não garante a imunidade, ela é uma proteção coletiva, então pode ser que em mim ela traga uma boa proteção, mas na minha esposa não, por exemplo. Pode ser que a imunidade dure somente alguns meses… Então ainda estamos aprendendo sobre os efeitos desses imunizantes, por isso a população deve continuar com todos os cuidados”, disse ele.

Feu Ventorim esclareceu ainda à Banda B que os Pronto Atendimentos não estão fechados, mas sim funcionando com algumas restrições para garantir que casos mais leves não ocupem vagas que poderiam ser usadas para o atendimento de pacientes em estados mais graves.

A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba registrou, nesta quinta-feira, 632 novos casos de covid-19 e 20 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus.

 

Fonte: Rodrigo Schievenin e Felipe Ribeiro - Banda B