29.06O Movimento Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos no SUS – formado pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), suas federações estaduais e os 50 maiores hospitais filantrópicos do país – lançou a campanha “Acesso à Saúde – Meu Direito é um Dever do Governo”, que pretende alertar os brasileiros para a condição financeira precária das instituições filantrópicas. A Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado Paraná (Femipa) e seus afiliados também apoiam o Movimento.

Ações em diversos municípios do país estão programadas para hoje, 29 de junho. Na ocasião, gestores dos hospitais locais vão esclarecer para autoridades e representantes dos vários setores da sociedade as dificuldades enfrentadas pela rede de atendimento e as consequências de um provável colapso do sistema para o SUS. Nesta data, já confirmaram participação no movimento a Associação de Proteção à Maternidade e à Infâcia (APMI), de Araucária; o Instituto Médico Virmond, de Guarapuava; Hospital Cajuru, Santa Casa de Curitiba, Hospital Pequeno Príncipe, Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital Erasto Gaertner, todos de Curitiba; Hospital Bom Jesus de Toledo (HOESP); Hospital da Providência, em Apucarana; Hospital do Câncer de Cascavel (UOPECCAN); Santa Casa de Maringá; Hospital Metropolitano de Sarandi; Hospital e Maternidade Dr. Paulo Fortes, de São Mateus do Sul; e o Hospital Regional Vale do Ivaí, de Jandaia do Sul; Santa Casa de Londrina; e Santa Casa de Paranavaí.

“Precisamos primeiro envolver os municípios, entidades de classe, Ministério Público, conselhos, sindicatos, organizações sociais, imprensa, profissionais da saúde, pacientes e voluntários locais para, por fim, buscar o apoio do congresso nacional”, explicou Edson Rogatti, presidente da CMB.

Dessa maneira, as instituições filantrópicas estão convidando lideranças e a imprensa das cidades para apresentar números, explicar as formas de financiamento e discutir medidas em busca de uma solução para o problema que atinge todas as regiões do país. Esses encontros acontecerão simultaneamente em todos os municípios.

A manifestação está marcada para as 10h. As instituições de Saúde paranaenses vão promover diversas ações ao longo do dia 29 de junho. Na Santa Casa de Maringá, por exemplo, os colaboradores usarão durante todo o dia uma faixa preta no braço para simbolizar o apoio ao movimento. No horário definido, grande parte dos funcionários vai se reunir em frente ao hospital com faixas. Outro hospital é o Evangélico de Londrina, que terá manifestação pacífica na porta da entidade das 08h30 às 08h45. Às 10h, o diretor do hospital e presidente da Femipa, dr. Luiz Soares Koury, vai fazer uma apresentação do panorama do setor para autoridades, entidades e profissionais na Associação Médica de Londrina. Em Curitiba, o Hospital Cajuru e a Santa Casa de Curitiba confirmaram que farão, às 10h, um abraço simbólico em frente aos hospitais. Eles também colocarão faixas do movimento e balões pretos. No Cajuru, os colaboradores usarão faixas pretas nos braços.

Cenário

Para se ter uma ideia do rombo causado pela defasagem da tabela SUS, um levantamento recente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa) indicou que dos 59 afiliados, 38 instituições somam mais de R$ 1 bilhão em dívidas. Desse total, a maior parte é com empréstimos bancários (R$ 319 milhões), seguida pelos valores devidos a fornecedores (R$ 233 milhões) e pelos tributos (R$ 157 milhões).

“Precisamos somar forças e buscar o apoio da população, das autoridades e também dos secretários municipais de Saúde e do secretário estadual, Michele Caputo Neto. Queremos reivindicar ao Ministério da Saúde mais recursos para o SUS”, afirma o presidente da Femipa, Luiz Soares Koury.