Estima-se que a sepse, conhecida antigamente como septicemia ou infecção generalizada, atinge cerca de 15 a 17 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo 600 mil só no Brasil. Ao contrário do que se pensa, sepse não é um problema apenas de pacientes já internados em hospitais, pois grande parte dos casos é de pacientes atendidos nos serviços de urgência e emergência.

O Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) acaba de finalizar mais um estudo prospectivo, multicêntrico, observacional de três dias, que teve como objetivo avaliar a sepse nos prontos socorros no Brasil. Participaram desse estudo 74 instituições de todo o país, sendo 28 públicas e 46 privadas, e foram incluídos no período 350 paciente.

Os resultados apontaram que 42,2% dos pacientes com sepse nos prontos socorros das instituições públicas faleceram. Já nas instituições particulares, essa taxa foi de 17,7%. Pacientes com decisões de cuidados no fim da vida durante permanência no pronto socorro foram mais frequentes em instituições públicas (público: 16,9%, privado: 6,2%).

A transferência para a UTI nas primeiras 24 horas foi mais frequete em instituições privadas (pública: 14,8%, privada: 42%). Em instituições públicas, os pacientes permaneceram no pronto-socorro até a alta ou óbito em 38,5% das ocasiões e a mortalidade desses pacientes que permaneceram no PS foi de 61,8%, enquanto apenas 6,2% dos pacientes particulares permaneceram no PS até a alta hospitalar. Adquirir sepse durante a permanência no PS foi um fator de risco independente para um aumento da chance de óbito. Receber antibiótico precocemente se associou à redução do risco de morte.

Fonte: FBH