O setor filantrópico tem papel de grande relevância na saúde da população brasileira. Responsável por 50% dos atendimentos do SUS e 70% da assistência de alta complexidade, em quase 1.000 municípios essas instituições são os únicos equipamentos de saúde, atendendo a todas as classes sociais.

Na defesa de que essas entidades se fortaleçam e continuem com o importante trabalho, está à frente a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), liderada por Mirocles Véras desde 2019 e que representa todos os 1.804 hospitais sem fins lucrativos do país.

Segundo dados da CMB, as instituições filantrópicas somam 189.000 leitos, dos quais 69% (cerca de 130.000) são destinados ao SUS. Esses hospitais representam ainda 43% das internações hospitalares pelo SUS (mais de 5 milhões).

A contribuição destas entidades vai além da saúde: geram mais de 1 milhão de empregos, o que permite prever que mais de 4 milhões de pessoas se sustentam pelos empregos gerados por elas. Ainda no que diz respeito ao setor econômico, as Santas Casas e hospitais filantrópicos prestam serviços a um custo, em média, oito vezes menor o que custam os hospitais públicos federais.

Mas apesar do protagonismo, a relação com o SUS é marcada por subfinanciamento e endividamento, que colocam em risco a continuidade dos serviços prestados. O que o SUS remunera cobre, em média, 60% dos custos reais dos procedimentos.

Segundo Véras Neto, o grande desafio é o de dar sustentabilidade para que essas instituições continuem trabalhando para o SUS.

“Por problemas financeiros, já foram fechados mais de 5 mil leitos de instituições filantrópicas nos últimos anos, além de 500 leitos só de UTI. Não queremos o dinheiro do governo, mas a remuneração pelo serviço que prestamos aos brasileiros para continuar nossos atendimentos.”

O presidente da CMB lembra que os hospitais filantrópicos trabalham há tempos em um novo modelo de organização dos serviços de saúde, pela integração das instituições. O projeto Santas Casas em Rede propõe avanços na gestão para proporcionar mais qualidade e eficiência à assistência e, por consequência, melhor aproveitamento dos recursos no financiamento de todo o sistema.

Assista à entrevista completa de Mirocles Veras, presidente da CMB, na série “1 Década de Influência”:

Fonte: Thales Silveira - Healthcare