Como melhorar a gestão clinica gastando pouco? Como otimizar recursos? Quais sistemas e modelos podem ser utilizados? Esses pontos foram abordados pelos palestrantes Fabrício Campolina, diretor sênior da Ethicon Brasil na Johnson&Johnson; e Michael Diana, Gerente de projeto do CMD, responsável pelo Núcleo de Informações da Atenção à Saúde, e Coordenador-Geral Substituto de Sistemas de Informação do Ministério da Saúde; durante o painel “Gestão Clinica: fazer melhor com menos”, realizado nesta quinta-feira (16).

Segundo Fabrício Campolina atualmente 9,5% do PIB brasileiro é investido em saúde e que se nada for feito, com o envelhecimento da população e o aumento do número de pessoas atendidas, será preciso investir 27% do PIB em saúde, “o que não é sustentável”, enfatizou. Para ele é preciso mudar a cultura do desperdício e os desvios de conduta.

Para ajudar neste sentido, Fábio mostrou um modelo de pagamento baseado em valor. “Hoje em dia todos os sistemas remuneram o ato cirúrgico, o modelo de pagamento baseado em valor muda a perspectiva. Passa a monitorar o resultado”, explicou.

Também durante o painel, Michael Diana explicou que daqui pouco tempo, toda lógica do Sistema Único de Saúde (SUS) vai mudar completamente. Isso porque hoje os sistemas de informação dentro do ministério da Saúde são fragmentados em vários modelos que armazenam informações redundantes e que não conversam entre si. “Para isso será implantado um novo sistema, chamado de CMD, que vai possibilitar uma infinidade de análises que não temos hoje no país”, comentou.

Segundo o Coordenador-Geral Substituto de Sistemas de Informação do Ministério da Saúde, o CMD é um documento público, sistematizado, que coleta dados em todos estabelecimentos públicos de saúde (independentemente do tipo de financiamento), em cada contrato assistencial. Por meio dele será possível coletar informações sobre número de pessoas atendidas, diagnósticos, mortalidade. Tudo em tempo real. Além de também poder ser utilizado para pagamento do SUS.

Em entrevista ao CMB, Michael ressaltou que o sistema pode ajudar a diminuir custos na saúde. “Até porque ele é um dos balizadores para futuras discussões de modelos de remuneração e de financiamento, e com certeza na simplificação do processo de trabalho, que hoje existe uma redundância de processos na alimentação dos sistemas que hoje a gente disponibiliza”.

Fonte: CMB