Como os testes são organizados?
Ao contrário do que acontece em países vizinhos, Doha concentrou os testes entre as pessoas mais suscetíveis ao contágio, ou seja, trabalhadores migrantes e residentes que retornam do exterior.
De acordo com fontes médicas, 25% dos exames apresentavam resultado positivo no momento de maior circulação da pandemia.
“Graças ao nosso programa de localização e de rastreamento e ao nosso aplicativo ‘Ehteraz’, estamos capacitados para ampliar a busca de pessoas infectadas (…) além de organizar testes aleatórios”, declarou Khal.
Luxemburgo é o país do mundo que realiza o maior número de testes de Covid-19, com 755 para cada 1.000 habitantes, enquanto o Catar, com 203 exames para cada 1.000 habitantes, é o nono.
Por que o número de mortes é tão baixo?
O Catar, um país muito rico com grandes reservas de gás, investiu muito no sistema de saúde. A população de trabalhadores migrantes muito jovens também favoreceu um dos menores números de mortes do mundo, segundo especialistas.
Apenas 194 pessoas faleceram no país, devido à COVID-19, de acordo com dados oficiais verificados pela AFP por meio de várias fontes independentes.
“A razão é que o país tem, provavelmente, um dos melhores sistemas de saúde. Estão bem equipados e bem preparados”, afirmou à AFP Abdinasir Abubakar, do departamento regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Mediterrâneo Oriental.
Uma segunda onda se aproxima?
O Catar registrou quase 300 novos casos por dia na semana passada, um número muito inferior aos 2.355 positivos detectados em 30 de maio, mas que reforça o temor de uma possível segunda onda epidêmica.
As autoridades “suspenderam algumas restrições, portanto podemos esperar um certo ressurgimento” do vírus, reconhece Abubakar.
O uso de máscaras é obrigatório tanto em espaços abertos como fechados, mas a multa de 2.700 dólares recebida pelo ex-jogador de futebol espanhol Xavi Hernández, que é técnico de um clube no país, é um exemplo da dificuldade de aplicar as medidas.