06.02A parceria com os secretários de saúde é estratégia fundamental para fortalecer o relacionamento entre Santas Casas e governo. A proposta foi defendida pelo presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Edson Rogatti, durante o Painel Debate – O papel dos hospitais filantrópicos e as parcerias na gestão da saúde pública, realizado pela CMB e pela MV, na manhã desta sexta-feira (06), em Recife (PE).

O evento, que reuniu diversos secretários municipais de Saúde, autoridades, parlamentares e representantes dos hospitais filantrópicos de Pernambuco, apresentou modelos de boas práticas desenvolvidos no Estado do Paraná e de São Paulo, beneficiando o Setor Filantrópico.

O secretário de Saúde do Paraná, Michele Caputo, apresentou o programa Hospsus, que está em sua terceira etapa e deve investir nos hospitais de pequeno porte. Desde 2011, cerca de 255 hospitais da região tornaram-se conveniados ao programa do governo, que exigiu, em contrapartida aos investimentos, a especialização de dirigentes em gestão hospitalar. A medida conta com a parceria da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa).

Caputo explicou, ainda, que não é possível trabalhar a assistência à saúde no Estado se não promover a parceria com o Setor Filantrópico e que os resultados do Programa Hospsus são positivos, especialmente no tocante às áreas de atenção: urgência e emergência; e maternidade.

Já o secretário de Saúde de São Paulo, Wilson Pollara, apresentou a formulação, execução e dados do programa SUStentáveis, que tem o objetivo de aumentar a eficiência dos leitos hospitalares. “Os hospitais filantrópicos realizam 56% dos atendimentos do SUS. O programa é uma ajuda mútua: investimos nos filantrópicos e eles realizam o atendimento à população com qualidade”, disse.

O SUStentáveis trabalha com gestão compartilhada e um mesmo sistema de informação – desenvolvido pela MV – para toda a rede, criada ao redor do hospital estruturante. Além do apoio financeiro, o programa paulista também inseriu as Santas Casas num programa de captação de recursos (fundraising). De acordo com Pollara, é preciso estimular as doações da comunidade, que deve reconhecer o trabalho desenvolvido pela Santa Casa.

Representando o Estado de Pernambuco, o secretário de Saúde, Ivan Costa, participou do debate e disse que não falta apenas dinheiro para investir nas entidades, mas também organização – do governo e dos hospitais. Para ele, a proposta de gestão compartilhada é viável para a atual situação da Saúde no Estado.

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) também participou da mesa e dos debates e falou sobre a necessidade de inovação e a esperança de que é possível mudar o quadro da Saúde no Brasil. Ele fez denúncias contra o governo e a falta de compromisso com o Setor, mas disse que o novo Congresso deve trabalhar para melhorar a situação.

Para o presidente Edson Rogatti, a Saúde deveria ser prioridade para os parlamentares também depois da eleição. Ele reafirmou a necessidade da união das entidades para fortalecer as reivindicações. “Pelo trabalho que desenvolvemos, temos que ser tratados como parceiros do governo. Esperamos que todos os secretários de saúde possam desenvolver programas como os que foram apresentados aqui e que se unam à causa das Santas Casas. O que nos falta é financiamento. E não estamos pedindo que o governo pague mais do que o que gastamos. Mesmo assim, fazemos um trabalho humanizado, com carinho por nossos pacientes. Estamos fazendo a nossa parte e esperamos que o governo faça a sua”, disse.

Imprensa
O presidente da CMB, Edson Rogatti, concedeu entrevista à Rádio CBN – Recife, nessa quinta-feira (05) para tratar sobre a situação financeira das Santas Casas. Durante uma hora, Rogatti e o presidente da MV, Paulo Magnus, explicaram os problemas políticos e de repasse de recursos para os hospitais, que têm intensificado a crise das Santas Casas. Nesta manhã, as TVs locais Rede Brasil e Rede Nordeste também entrevistaram o presidente da CMB, que voltou a ressaltar a necessidade de o governo priorizar o financiamento da Saúde.

Fonte: CMB