Em dezembro passado, completou um ano da inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados Santa Terezinha. A nova unidade tem a capacidade de liberar mais de 2,4 mil leitos na saúde pública de Curitiba no período de um ano, visto que recebe 37 pacientes transferidos de outras unidades de saúde da capital, como o Hospital do Trabalhador, Hospital do Idoso, entre outros. Com sede no Pequeno Cotolengo, a UCCI Santa Terezinha foi criada para atender um chamado da Prefeitura Municipal de Curitiba. Estando em conformidade com a estratégia e de acordo com a orientação do santo fundador São Luis Orione, que dizia “atender os pobres mais pobres, novas formas de pobreza e estar à frente dos tempos”, a implantação do projeto foi viabilizada por meio de um contrato com a Secretaria Municipal de Saúde – SMS e o apoio e doações de toda sociedade paranaense.

São 25 leitos exclusivos pelo Sistema Único de Saúde – SUS, com todo e qualquer atendimento realizado de forma gratuita. A unidade é de extrema relevância para os hospitais da rede SUS, já que é possível a disponibilização do leito a outro paciente do sistema. O acesso é regulado pela SMS. São pacientes oriundos da rede de urgência e emergência do município, na sua maioria idosos que são abandonados nos hospitais por situações relacionadas a quebra do vínculo familiar ou que não têm família para acolher após a alta hospitalar, além de pacientes que necessitam de acompanhamento multidisciplinar – trabalho desenvolvido a partir de processos de reabilitação, cuidado integral e restabelecimento do vínculo familiar, possibilitando a alta da UCCI Santa Terezinha.

Ao chegar na UCCI Santa Terezinha, cada assistido é recebido como um filho e passa a fazer parte de uma grande família. A estrutura conta com 889,21 metros quadrados e uma equipe multidisciplinar com mais de 40 profissionais, nas especialidades de clínica médica, geriatria, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, nutrição, fonoaudiologia, enfermagem e serviço social. Essa equipe, baseada no plano terapêutico individual de cada assistido, realizou 35.145 atendimentos no ano passado.

Diogo Azevedo, diretor executivo do Pequeno Cotolengo, disse que o projeto colabora no contexto de avançar nas garantias dos direitos dos idosos e deficientes físicos. “Estas pessoas, pela severidade de seu quadro clínico e pela ocasional ausência de referências familiares, passam pelos processos de restrições econômico-financeiras e sociais, e necessitam do suporte de instituições que trabalhem no cenário de tratamentos pós hospitalares e que disponibilizem cuidados prolongados. A UCCI Santa Terezinha vem para atuar em benefício e consonância com a política pública voltada para a pessoa idosa, em especial a parcela desta população que se encontra em situação de risco e vulnerabilidade social, necessitando de cuidados e atendimentos voltados a sua saúde e qualidade de vida, garantindo assim os seus direitos”, destacou.

“Estou muito feliz com essa importante parceria com o Pequeno Cotolengo no sistema de saúde. Por meio dela, tem havido melhoria na qualidade de vida dos pacientes, que estavam vivendo em hospitais há meses com sequelas e limitações, isolados do convívio com as pessoas e sem o apoio da família. A equipe do Pequeno Cotolengo recebe esses pacientes com muito carinho, oferecendo cuidado multiprofissional de qualidade. Com isso, temos tido resultados expressivos à saúde dos pacientes, trazendo dignidade a essas pessoas e, inclusive, promovendo o retorno à família, em vários casos”, disse Márcia Huçulak, Secretária Municipal da Saúde de Curitiba

O cenário atual relacionado à pessoa idosa vem se desenhando para um crescimento populacional desta faixa etária de forma significativa para os próximos anos. Estima-se que em menos de quatro anos, Curitiba terá pessoas idosas do que crianças e adolescentes. Sendo referência ao acolhimento institucional para pessoas com múltiplas deficiências, além dos 25 leitos da UCCI Santa Terezinha, o Pequeno Cotolengo do Paraná ofertará, através do Projeto Unidade de Cuidados Prolongados, mais um módulo de 25 leitos de cuidados prolongados, totalizando 50 leitos.

“Com esta implantação, iremos proporcionar aos assistidos um atendimento humanizado, de referência e que reconhecidamente é premiado todos os anos, com instalações adequadas que cuidem de suas necessidades decorrentes do pós internamento, atendendo a uma demanda por esse serviço para o Município de Curitiba, ampliando nossas metas e especialidades e favorecendo a garantia de direitos. O resultado do sucesso desse projeto reverterá em ganho na estimativa de vida da população idosa de Curitiba, redução dos índices de ocupação de leitos, liberando mais 1,8 mil leitos por ano para a rede de saúde SUS do município de Curitiba e ampliação dos serviços de saúde oferecidos a comunidade”, completou Azevedo.

Fonte: Pequeno Cotolengo