A falta de estrutura se transforma em uma rotina estressante para os profissionais da saúde. Muitas vezes o atendimento precário acaba em agressão contra quem tenta trabalhar sem as condições mínimas necessárias. E não são agressões apenas a enfermeiros, mas ao pessoal da portaria e aos médicos também.

As pessoas que procuram o sistema público de saúde se sentem agredidas no seu direito à saúde, que é dever constitucional do Estado, e reagem com agressão física.

Os profissionais de saúde sofrem agressões por estarem na ponta de um sistema mal administrado. Pacientes e seus acompanhantes, desesperados por doenças e emergências e sem ter com quem falar, embora em teoria exista ouvidoria, apelam para a agressão, física ou verbal. Dos dois lados, são todos vítimas de um mesmo sistema que funciona mal.

Médicos e enfermeiros lidam com falta de macas, de leitos, de antibióticos, de algodão, de analgésicos e antipiréticos, de luvas e sondas, de assepsia adequada, de exames, de tempo e excesso de pacientes. Do lado de fora, gente que nasceu no país em que o Estado pode tudo e pouco faz, que chegou ao hospital correndo riscos da falta de segurança pública, no incômodo da falta de transporte, ainda constata que falta atenção à saúde, o que sobra nas falas oficiais. Agride o primeiro avental branco que lhe aparecer na frente, desabafa na pessoa errada, na pessoa que, enfim, pode lhe ajudar a despeito de toda falta de meios e excesso de trabalho.

E os teóricos das mesas de reunião ficam longe do embate. Esses só esgrimem com estatísticas distantes do barulho das emergências.

Para assistir ao vídeo completo, clique neste link.

Fonte: Bom Dia Brasil