A grave crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos anos afetou também a área da saúde. Principalmente quando se fala no Sistema Único de Saúde, que depende do Produto Interno Bruto do país. Além disso, a necessidade em saúde vem crescendo, levando-se em consideração o envelhecimento da população. Esses e outros pontos foram abordados pelo professor adjunto de Economia e Gestão em Saúde da Unifesp, Marcos Bosi Ferraz, durante a palestra “As escolhas necessárias para o futuro”, realizada nesta quarta-feira (15), no 28 Congresso Nacional de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

Para o professor, “não tem sistema de saúde no mundo que possa oferecer tudo para todos, até mesmo por conta da evolução tecnológica”, e, além disso, “o cenário de saúde nos próximos anos continua sendo de déficit e de angústia”. Por estes motivos, chega-se à conclusão que será necessário escolher e priorizar as ações em saúde.

Marcos cita ainda a evolução tecnológica e como ela poderá mudar os processos. O uso de smartphones – que integram e diminuem as distâncias, sensores e até mesmo da inteligência artificial. Mas, para isso, será preciso melhorar o uso dos escassos recursos na área de saúde. Segundo ele, é preciso pensar em estratégias, nas demandas atual e futura de mercado, em regulamentações claras e na estimativa de riscos e incertezas.

Em entrevista à CMB, o professor Marcos Bosi, explicou que “um ponto importante para os poderes executivo, legislativo e judiciário é o reconhecimento da suficiência econômica do país para a imensa necessidade e expectativa que ele tem para atender os princípios constitucionais expressos”. Ele acredita que escolhas precisam ser feitas, “e a gente precisa encarar isso aqui, e começar a priorizar de fato e não no papel, o que queremos (…) e obviamente olhar o sistema de saúde como um sistema vivo. Ele depende de um planejamento, não de curto prazo, muito carregado ideologicamente, mas sim como algo que é da sociedade, que precisa ter um planejamento de médio a longo prazo, que depende de pessoas qualificadas e investimentos”, concluiu.

Fonte: CMB