O governo federal precisa continuar a dar o suporte financeiro para a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento da pandemia do coronavírus, com recursos humanos e a compra de medicamentos, testes e insumos. A avaliação é da deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), que foi indicada relatora setorial de Saúde da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

A deputada acredita que a prioridade para a vacinação contra a Covid-19, anunciada pela presidente da CMO, deputada Flavia Arruda (PL-DF), deve ser alcançada com a fabricação nacional dos imunizantes, que pode driblar as dificuldades enfrentadas pela importação de insumos.

Aline Sleutjes acrescentou que, com a pandemia em novos patamares, é necessário atender também outros setores.

“Nós temos que administrar os recursos zelando, cuidando, fazendo o atendimento à saúde de toda a nossa população em parceria com os nossos estados, com municípios, mas também com o objetivo de promover o desenvolvimento do nosso país, desenvolver as políticas públicas nas outras áreas, como na agricultura, na educação, infraestrutura”, disse.

Vacinação massiva
Já o deputado Paulão (PT-AL) defendeu a vacinação gratuita e massiva da população. Para ele, existe sensibilidade e compromisso para garantir recursos para o combate à Covid-19 no país. Mesmo assim, o parlamentar reivindica um remanejamento orçamentário para áreas prioritárias.

“Neste momento, eu defendo a tese, como integrante da Comissão Mista de Orçamento, para que a gente tenha um corte radical no orçamento das Forças Armadas e esse dinheiro seja aplicado na saúde e no auxílio emergencial”, disse.

Auxílio emergencial
A ajuda financeira para a parcela mais vulnerável da população, por conta da crise econômica desencadeada pela pandemia, deve ser uma das principais discussões da Comissão de Orçamento. O deputado Paulão aponta essa e outra prioridade.

“Se não tiver o auxílio emergencial – a continuidade – você vai ter o caos social. Além disso, você tem que priorizar recursos, principalmente, para os bancos públicos, para micro e pequenas empresas. Essas empresas ficaram paralisadas, elas não têm capital suficiente para manter indenizações para os seus empregados, muito menos (para se) manter. Então é fundamental que a gente tenha recursos para micro, pequenas e médias empresas e, além disso, o auxílio emergencial”, disse.

Relatora pede cautela
Segundo a deputada Aline Sleutjes, há interesse do governo e um apelo da população para a volta do auxílio emergencial. Ela alerta, no entanto, que o tema deve ser discutido com cautela, para evitar um desgaste financeiro.

“Se hoje nós voltássemos com o auxílio emergencial do tamanho que foi dado no ano passado, nós teríamos riscos de chegar em abril, maio sem condições de pagar a folha de pagamento”, disse.

Pelo cronograma estabelecido pela Comissão Mista de Orçamento, os trabalhos devem ser encerrados até 24 de março. Para a deputada Aline Sleutjes, o tempo é curto, mas precisa ser suficiente para votar o Orçamento de 2021. O deputado Paulão concorda, mas afirma que a falta de tempo vai impedir uma discussão mais aprofundada.

Fonte: Agência Câmara de Notícias