Reunido com os principais líderes da saúde brasileira na manhã desta quinta-feira, 8 de março, no prédio da Fiesp, em evento promovido pelo ComSaude, o Ministro da Saúde Ricardo Barros apresentou um balanço de sua gestão enfatizando a importância de trabalhar sob o lema “fazer mais com os mesmos recursos”. Explicando como conseguiu economia de R$ 4,8 bilhões ao renegociar os contratos e melhorar os valores de compra de medicamentos, o ministro também respondeu às dúvidas dos presentes e falou sobre os desafios de seu sucessor, visto que está de saída da pasta para disputar a reeleição a deputado federal.

Elogiando Barros e sua atuação frente ao Ministério da Saúde, Ruy Baumer, diretor titular do ComSaude e responsável pela mediação do evento, reforçou durante a cerimônia de abertura que a saúde deve ser um programa de Estado, e não de governo. “Esperamos que os futuros governantes aproveitem e melhorem os bons projetos e que corrijam os que não são tão bons. E que não reinventem a roda somente para criar siglas e marcas que nunca duram além de um curto período”.

Para Baumer, a presença constante do ministro nas reuniões da classe e nos eventos organizados para debater os entraves do setor foi muito proveitosa para que a área de saúde brasileira pudesse progredir. “Por vir de uma área fora da área da saúde, e talvez por características pessoais, Barros mergulhou no setor para entender a fundo seu funcionamento. Se fez presente, como nenhum outro ministro, em quase todos os encontros, pessoalmente ou por meio de sua equipe. E, nesse período, pudemos acompanhar o crescente domínio adquirido sobre o setor de saúde brasileiro”, enfatizou.

Gestão eficiente é segredo de sucesso – Ricardo Barros sempre reforça a importância de uma gestão eficiente para melhoria do setor de saúde no país. Durante o evento, voltou a mencionar seu lema de “fazer mais com o mesmo recurso”, ideia que utilizou para renegociar os contratos e garantir economia de R$ 4,8 bilhões para a pasta. “A compra de medicamentos é a grande área de eficiência da nossa gestão. Além disso, revimos todos os contratos do nosso ministério que tinham sido fechados em tempos da alta demanda e, então, foram renegociados para valores de épocas de baixa demanda”, disse.

Um dos grandes pontos altos da gestão de Barros diz respeito à incorporação de novos tratamentos no SUS como, por exemplo, no caso da Hepatite C que teve um custo por paciente reduzido de US$ 9 mil para US$ 3 mil. “Estamos, praticamente, rumo à erradicação”, disse ao lembrar que no caso da Aids a redução do custo por paciente foi de 82% com a solução Dolutegravir.

Barros também destacou durante sua apresentação a importância de ampliar os investimentos em saneamento básico. “A FUNASA tinha orçamento de R$ 400 milhões. Dobramos para R$ 800 milhões, pois casa real investido em saneamento representa R$ 4 de economia em saúde”, declarou.

Desafios para próxima gestão – Mediando o evento, Baumer questionou o ministro sobre os principais desafios da próxima gestão. “Se tivesse que dar até três recomendações para seu sucessor, quais seriam?”, perguntou. Em sua resposta, Barros lembrou que cada ministro assume com sua própria personalidade. “Cada um chega com suas características pessoais, mas determinação é fundamental, pois toda mudança sofre resistência. Temos, como consenso, que o SUS não está bem, mas o padrão é manter como está. Por isso é preciso determinação. Além disso, recomendaria que o próximo ministro siga olhando para a gestão, pois é nela que está o espaço para financiamento. Não teríamos feito todas as portarias e a ampliação do acesso que conseguimos se não tivéssemos mexido na gestão”, disse.

O ministro também relembrou a importância da transformação para o ambiente digital. “Com a informatização saberemos de fato quais são as demandas existentes e poderemos avaliar o desempenho dos profissionais”, disse ao afirmar que informatizar é a chave do problema. O DigiSUS, que digitalizará todo o ministério, deve gerar uma economia de R$ 50 bilhões por ano ao reduzir a repetição desnecessária de exames e a entrega ineficiente de medicamentos.

Também compuseram a mesa principal Marco Antonio Fireman, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; Francisco Figueiredo, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde; Raul Cutait, presidente do Consocial (Conselho Superior de Responsabilidade Social) da Fiesp; José Medina, membro do Conselho Superior Estratégico da Fiesp e diretor superintendente do Hospital do Rim de São Paulo; Leandro Fonseca, diretor presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar); Franco Pallamolla, presidente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios); e Francisco Balestrin, presidente da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados) e diretor titular adjunto do ComSaude, da Fiesp.

Fonte: ComSaúde/Fiesp