23.07O desafio enfrentado pelos hospitais que optam por criarem operadoras de planos de saúde próprias foi o destaque dos discursos durante a cerimônia oficial de abertura do X Congresso Nacional de Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde. O evento contou com a participação do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Dr. José Carlos Abrahão, do provedor da Santa Casa de Santos, Felix Bellerini, e do secretário-adjunto de Saúde do Estado de São Paulo, Wilson Pollara, além do presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Edson Rogatti.

O presidente da ANS reforçou seu compromisso em trabalhar pela integração do sistema de saúde do País, defendendo a redução do desperdício, a melhora do acesso e a sustentabilidade do Setor. Abrahão disse que o setor filantrópico trabalha com um modelo importante para a Saúde e que é preciso lembrar que a razão da existência de prestadores e operadoras é o cliente.

Uma assessoria tripartite, formada pelo Ministério da Saúde, e as Secretárias de Saúde do Estado e do Município devem contribuir para o fortalecimento da Santa Casa de Santos. Segundo o provedor da instituição, a assessoria oferecida pela Secretaria do Estado vai ajudar a Santa Casa a melhorar a gestão tanto para o SUS quanto para os planos de saúde. Ballerini lembrou que a instituição foi uma das primeiras a criar uma operadora e que isso trouxe um resultado positivo para a Santa Casa.

Pollara2

Já o secretário-adjunto de Saúde do Estado de São Paulo, Wilson Pollara, chamou o presidente da CMB, Edson Rogatti, encerrou a cerimônia, destacando em seu discurso a situação atual de crise, mas a oportunidade de as Santas Casas e hospitais filantrópicos utilizarem de sua expertise como prestadores para gerir bons planos de saúde, que farão a diferença no mercado.a atenção para os riscos em se abrir uma operadora própria, mas também destacou pode ser um bom negócio, uma vez que os planos de saúde chegam a pagar até três vezes mais do que a tabela do SUS. “O convênio pode duplicar o faturamento”, afirmou, “mas é preciso tomar cuidado com os riscos do negócio”. Pollara ressaltou que é preciso ter muito claro o que é faturamento do SUS e o que o faturamento do convênio, para não haver problemas. Por isso, exaltou a importância de um evento como o Congresso, no qual são apontados os problemas e as soluções que a abertura de um plano próprio pode trazer. “ Ao voltar para seus hospitais, trabalhem um bom sistema de gestão, aproveitando o aprendizado recebido no Congresso”, disse.

As atividades do Congresso continuam nesta quinta-feira, com a discussão sobre o “Presente e o futuro da Saúde Suplementar”, “Incentivando a abertura de novas operadoras” e “Criando alternativas de receitas”.

Rogatti2Confira a íntegra do discurso do presidente Rogatti:

Prezados, sejam bem-vindos!

Os tempos estão mudando. Estamos vivendo dias economicamente difíceis de serem vencidos. E na Saúde Suplementar não poderia ser diferente. Porém, se antes, criar operadoras de planos de saúde era uma estratégia interessante para gerar receita para os hospitais, hoje, essa possibilidade ainda tem benefícios a serem explorados.

Cabe aos hospitais levar o olhar de prestador ao negócio do plano de saúde e criar condições para apresentar um diferencial, que é a marca registrada dos filantrópicos: um corpo clínico consolidado. É hora de se preparar para competir, de pensar como atuar em tempos em que o capital estrangeiro tem permissão para adquirir hospitais e operadoras e elevar o nível de qualidade do mercado. É hora de mostrar a eficiência e a eficácia de nossos serviços, atuando não apenas como operadoras, mas também como prestadores que trabalham conveniados a outros planos. É hora de ir além e casar a expertise dos hospitais à necessidade do mercado e enfrentar, sim, as dificuldades, com excelência.

Para pensar estas questões, que envolvem o presente e o futuro da Saúde Suplementar, como melhorar a gestão e gerar novas receitas, saudamos aos congressistas e especialistas do décimo Congresso Nacional das Operadoras Filantrópicas, e desejamos a todos discussões profundas, profícuas e com resultados positivos!

Fonte: Rede Saúde Filantrópica