Lançada no início de maio, a primeira arrecadação da campanha de financiamento coletivo Salvando Vidas, realizada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em parceria com a CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas), somou R$ 8 milhões para a primeira compra de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) para os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à Covid-19.

Salvando Vidas é uma ação que soma recursos não reembolsáveis do BNDES Fundo Social ao financiamento coletivo – doações diretas e campanha de arrecadação com pessoas físicas e jurídicas – por meio da plataforma de matchfunding no site www.benfeitoria.com/salvandovidasA cada R$ 1 doado pela sociedade civil ou por empresas, o BNDES aportará mais R$ 1 no projeto, até o limite de R$ 50 milhões. Assim, o Banco dobrará o apoio da população, chegando a R$ 100 milhões. Além dos R$ 8 milhões da primeira compra, o projeto já captou mais R$ 8,5 milhões, que devem ser distribuídos em insumos nas próximas semanas.

A aquisição dos EPI’s, com os recursos dessa primeira arrecadação, aconteceu no último dia 5 de junho. Foram comprados álcool em gel; aventais impermeáveis e não impermeáveis; luvas nitrílicas para procedimentos; luvas cirúrgicas estéril; máscaras cirúrgicas; máscaras N95; e toucas. Nesta primeira etapa de doações, serão beneficiadas 68 instituições filantrópicas, localizadas em 50 municípios de 12 estados brasileiros, principalmente das regiões Norte e Nordeste (Amazonas, Pará, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba e Pernambuco). Os demais estados são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Salvando Vidas envolve diversas parcerias. A CMB faz o dimensionamento com as instituições de saúde, dos bens e serviços mais críticos à prevenção e combate à Covid-19, bem como dos hospitais a serem beneficiados. A SITAWI, com o apoio da Benfeitoria, faz a gestão dos recursos financeiros, a prestação de contas e aquisição dos itens e a coordenação da campanha. Já a Bionexo disponibiliza sua plataforma de tecnologia para avaliação e cotação de preços com mais de 10 mil fornecedores e atua no acompanhamento, junto com a CMB, das entregas individualizadas em cada instituição de saúde. O BNDES é o maior patrocinador do projeto e atua na captação de recursos e no acompanhamento de todo o processo.

“Já estamos alcançando a marca de R$ 20 milhões em arrecadação, mas temos uma meta bem maior. É a maior campanha do Brasil em crowdfunding (financiamento coletivo) e essa união de forças é de extrema contribuição aos nossos hospitais filantrópicos, que passam por tantas dificuldades e, agora, com uma das piores – se não a pior crise de saúde da história, os desafios só aumentaram. Esse apoio nos fortalece e é fundamental no enfrentamento à pandemia. Unidos, vamos salvar vidas e vencer esse combate. Contamos com o engajamento de todos os hospitais para compartilhamento da campanha com seus doadores”, fala o presidente da CMB, Mirocles Véras. Em breve, serão divulgadas as imagens da chegada dos EPI’s e a listagem com as demais entidades elegíveis para receber as próximas doações.

Critérios

A iniciativa possui critérios bem definidos para direcionar insumos, materiais e equipamentos para as instituições filantrópicas de saúde que estão à frente do combate ao coronavírus. Um deles é voltado às instituiçõe selegíveis, que são as entidades filantrópicas de saúde que possuem o CEBAS(Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área de Saúde), que garante que, no mínimo, 60% das atividades da instituição são prestadas para o SUS. A lista soma mais de 1.208 instituições espalhadas por todo o país.

Outro critério é relacionado ao teto das doações por instituição. O rateio dos recursos considera os valores da produção dos serviços ambulatoriais e hospitalares de média complexidade prestados ao SUS relativos ao exercício de 2019, seguindo lógica adotada pelo Ministério da Saúde em algumas das suas políticas públicas destinadas ao segmento. Tais valores são alocados de forma proporcional ao orçamento máximo do programa, de R$ 100 milhões, deduzidos os custos de operação e impostos.

Há ainda o critério de priorização para a ordem de recebimento dos materiais, insumos e equipamentos do programa para instituições filantrópicas localizadas nas regiões com situação mais crítica em relação à pandemia. Para isso, foram propostos dois critérios: municípios com maiores taxas proporcional de mortes por Covid-19; e macrorregiões de saúde com maiores taxas de ocupação de leitos.Tais critérios, em conjunto, resultam em um ranking das instituições filantrópicas localizadas nesses municípios e regiões que estão na linha de frente no combate à doença.

Fonte: CMB