O presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirocles Campos Véras Neto, afirmou, nesta quarta-feira (9), que os hospitais filantrópicos e as Santas Casas de boa parte do estados brasileiros estão com 100% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados.

“Das santas casas e hospitais filantrópicos de São Paulo, do Paraná, de Curitiba, do Rio Grande do Sul, enfim, de quase todos os estados, as nossas Santas Casas e hospitais filantrópicos estão aí com as suas UTIs com 100% de ocupação”, afirmou o presidente da CMB.

“E os demais estados, eu conversei com Santa Catarina também está com 90 a 100%. Conversei com Paraná, Curitiba está 100%. No interior tem uma quantidade aí de 95%, 90%. Conversei com Bahia, também está com 100%, um pouco menos em alguns locais, em alguns hospitais, chegam aí a 70%, 80%. O Rio Grande do Sul também com 100%. Todas as regiões, Norte, Sul e Sudeste principalmente, já também no Nordeste, com a Bahia, com o número de leitos, todos eles preenchidos em 100%”, afirmou.

No início da pandemia, os hospitais filantrópicos enfrentaram problemas com equipamentos, em especial os EPIs (Equipamentos de proteção individual). O presidente da CMB afirmou que a situação foi normalizada, mas citou preocupação com a pressão sobre os leitos destes hospitais. O aumento na demanda destas instituições “pode ocasionar novamente a falta [de equipamentos]”

“A questão de medicamentos, a questão de EPIs, infelizmente, os preços não baixaram. Existe um custo muito alto para as instituições filantrópicas adquirirem. Mas adquiriram e não existe essa falta de materiais e de medicamento. Repito, vamos ver aí essa demanda como vai ser, para que nós possamos ter uma análise daqui a 1 mês e 1 mês e pouco.”

A ocupação de leitos nestes hospitais avança em meio ao aumento de internações também nas redes estaduais e municipais dos estados. Em São Paulo, conforme dados divulgados pelo governo estadual nesta quarta (9), as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 64% na Grande São Paulo e 57,5% em todo o estado .

O aumento também se dá junto à proximidade das festas de fim de ano. Na última semana, houve registros de aglomerações em centros comerciais da capital, como o bairro do Brás e a região da rua 25 de Março.

A título de comparação, há exatos dois meses, em 9 de outubro, as ocupações de UTI estavam em 2,2% na Grande São Paulo e 43,2% no Estado. Naquele dia, o governo havia anunciado o avanço da região metropolitana e de cidades como Campinas, Piracicaba, Sorocaba e Taubaté para a fase verde do Plano São Paulo, de maior flexibilização.

No dia 30 de novembro, menos de 24 horas depois da eleição que deu vitória a Bruno Covas (PSDB), o governador João Doria anunciou o retorno de todo o estado para a fase amarela, mais restritiva que a verde e limita mais os horários de funcionamento do comércio e serviços, por exemplo.

Fonte: Alex Tajra, GloboNews