Num cenário de redução de 1,5 milhão de beneficiários em 12 meses, fechados em setembro, 290 mil só no Rio, o 2º Fórum de Saúde Suplementar tem como tema central as escolhas que consumidores, operadoras e prestadores de serviços terão que fazer para que os planos de saúde se mantenham viáveis no futuro.

A presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiros, destacou a necessidade de que de faça uma reflexão sobre a inclusão de tecnologia e utilização de recursos, e a necessidade de incluir o consumidor nesse debate.

— Este debate deve ser feito junto com o consumidor, que precisa entender o impacto de suas escolhas para o uso dos recursos e sua capacidade de pagamento.

Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), lembrou que 25% da população já chegou a ter cobertura de planos de saúde e que esse número do faz decrescer.

— Esta é maior crise em 25 anos. Assim, como todas as lideranças, precisamos discutir como sair desse ciclo recessivo.

Para José Carlos de Souza Abrahão, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dessa reflexão de todos esses setores depende a sobrevivência da saúde suplementar. Já o subsecretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Flávio Alcoforado, chamou atenção para o fato de que a saúde pública e suplementar precisam ser vistas de forma integral.

— Quem vê de forma desassociada está completamente enganado — completou o subsecretário.

No Fórum, que segue até esta quinta-feira, a FenaSaúde lançará uma nova edição do boletim “Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários”, que aponta que houve perda de um milhão de beneficiários apenas no Sudeste, entre junho de 2015 e junho de 2016. No Rio de Janeiro, essa queda foi de 290 mil. No período, foram menos 1,6 milhão de beneficiários de planos de saúde no Brasil. Atualmente, há 48,2 milhões de beneficiários, segundo dados da ANS.

— O Sudeste lidera essa redução por ser a região mais industrializada do país. Os planos coletivos empresariais representam, aproximadamente, 66% dos planos comercializados. Com a retração da economia e aumento do desemprego, as pessoas perderam seus planos de saúde — detalha Solange a presidente da FenaSaúde.

Fonte: O Globo