Os problemas financeiros enfrentados por hospitais filantrópicos por quase duas décadas pela defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) se agravaram na pandemia, e o setor decidiu expor situação crítica às autoridades. As instituições filantrópicas são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos de média complexidade e 70% da alta complexidade no SUS. No entanto, a tabela remunera apenas 60% do total dos gastos dos hospitais com o atendimento público. No que se refere à Covid-19, a diária de uma UTI para o SUS, destinada a pacientes contaminados pelo vírus, em instituição filantrópica de grande porte custa R$ 3.401, mas o hospital é remunerado com apenas R$ 1.600.

A rede filantrópica disponibilizou 10 mil leitos de UTI Covid para o SUS, que permaneceram 100% ocupados durante a maior parte dos últimos 18 meses. Com a situação ainda mais grave, os serviços correm o risco de serem interrompidos e, com a continuidade da prestação de serviço ameaçada, um encontro foi intermediado pela Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas com a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa), representantes das demais federações estaduais e de hospitais de diversas partes do país em uma conversa com deputados federais na Câmara de Deputados.

O presidente da Femipa, Flaviano Venturini, explica que toda a estrutura está em risco.

O Paraná conta com 146 entidades filantrópicas. A Confederação e suas Federações estaduais, entre elas a Femipa, vêm atuando em todas as frentes, com constantes reuniões com representantes dos ministérios da Saúde e Economia, do Legislativo, além do envio de diversos ofícios, na busca pela efetivação da medida ou de alguma outra forma que auxilie as instituições. A mais recente reunião foi na última quarta(29).

O atual cenário pode levar ao fechamento de vários serviços filantrópicos. A corrida do setor é contra o tempo para evitar que a situação da saúde chegue ao colapso.

Fonte: Taís Santana - BandNews Curitiba