A quarta edição do Encontro de Tecnologia Aplicada à Saúde (e-saúde), realizada no dia 14 de setembro, reuniu cerca de 300 pessoas no auditório da PUCPR, em Curitiba. Durante a manhã, a discussão, organizada pela Unimed Paraná com apoio da PUC, Sebrae, Femipa e Academia Médica, versou, principalmente, sobre a inovação na saúde, a mudança de cultura para o processo de inovação e os vários aplicativos e soluções voltados à gestão da saúde. Um dos painéis, que debateu Hospital Digital, foi coordenado por Flaviano Feu Ventorim, presidente da Femipa, e teve a participação de Cláudio Giulliano Alves da Costa, diretor da Folks, Paulo Paim, coordenador Nacional da Choosing Wisely, Luiz Francisco Cardoso, superintendente de Práticas Assistenciais e Pacientes Internados do Hospital Sírio Libanês, e Jacson Fressato, fundador e CEO da Laura, falaram sobre a importância das certificações e dos hospitais “paperless” (sem papel).

Michael Kapps, da TNH Health, e Rodrigo Bornhausen Demarch, diretor de Saúde e Inovação da Mantris SP, falaram, respectivamente, de Apps de saúde e utilização da tecnologia no apoio ao controle das doenças crônicas não-transmissíveis. Fernando Carbonieri, fundador da Academia Médica, coordenou um debate com os dois, no qual foram realçadas as diferenças do Vale do Silício e da cultura brasileira.

No primeiro painel do período da tarde, Daniel Greca, da KPMG Consultoria, falou do modelo baseado em valor, Andressa Gulin, professora de Medicina da Universidade Positivo, sobre a revolução digital e o impacto na gestão da saúde, e Marcelo Dallagassa, da Unimed Paraná, demonstrou as soluções de análise de informações aplicadas à saúde e a descoberta da jornada do paciente dentro dos princípios do modelo baseado em valor.

Paulo Paim evidenciou a boa utilização de recursos, a importância da saúde baseada em evidências e as recomendações das sociedades médicas, destacando o quanto o excesso pode implicar em riscos. Luiz Francisco comentou sobre a aplicação da utilização e implementação dos conjuntos padronizados ICHOM (Consórcio Internacional para Medida de Desfechos em Saúde). O evento foi finalizado com o palestrante Jacson Fressatto, que abordou a aplicação na utilização do aprendizado de máquinas para identificação de sepse no ambiente hospitalar.

Abertura

Na mesa de abertura do evento, estiveram presentes o presidente Unimed Paraná, Paulo Faria, o presidente da Unimed Curitiba, Rached Hajar Traya, o coordenador do Programa de Pós-graduação em Tecnologia em Saúde Stricto Sensu da PUCPR, professor Percy Nohama, o representante do CRM-PR, Gerson Zafalon Martins, a chefe do departamento de Promoção à Saúde da SESA, Raquel Bampi, e o consultor Paulo Becker, representante da Femipa.

O médico Gerson Martins, representante do CRM-PR, fez um alerta em meio a todo entusiasmo que o ser humano tem por novas tecnologias. Ele destacou que os conhecimentos atuais e as novas tecnologias disponíveis na prática médica são grandes avanços. No entanto, a oferta de procedimentos em excesso pode causar sofrimento aos doentes, induzindo à distanásia, o prolongamento da vida a qualquer custo.

Citando Sandro Spinsanti, professor de Bioética, de Florença, Martins lembrou: “O médico, dominado pela obstinação terapêutica, considera seu dever exclusivo prolongar o mais possível o funcionamento do organismo do paciente, em quaisquer condições em que isso ocorrer, ignorando toda a dimensão da vida humana que não seja a biológica e, sobretudo, negligenciando a qualidade de vida e a vontade explícita ou presumida do paciente”.

Paulo Faria reforçou o coro, destacando que vivemos um momento ímpar da história da humanidade. “De um lado temos o transhumanismo, movimento intelectual que deseja transformar a condição humana, por meio da disponibilização de tecnologias capazes de aumentar as qualidades intelectuais, físicas e psicológicas. De outro, temos ainda realidades avassaladoras, frutos de questões sociais, comportamentais e ambientais, como o descaso com a vacinação, a falta de saneamento básico, de atenção primária, entre outros”. Ele frisou ainda que discutir tecnologia em saúde significa discutir os rumos que pretendemos dar ao nosso futuro e buscar maneiras de aproximar essas realidades.

Fonte: Imprensa Unimed Paraná