Com o aumento de casos de Covid-19 em Curitiba, subiu também a taxa de ocupação das UTIs exclusivas para o atendimento de pacientes infectados ou com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

Dados repassados para CBN Curitiba pela Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa), divulgados pelo Governo do Estado em uma plataforma digital, apontam que atualmente três hospitais da capital estão com a ocupação completa dos leitos de UTIs exclusivos para pacientes com coronavírus.

Segundo o levantamento, o Hospital Santa Casa de Curitiba está com 82% dos leitos de UTIs exclusivos para Covid-19 preenchidos, enquanto o Hospital de Clínicas tem 96% de ocupação. As situações mais preocupantes são no Hospital Evangélico, no Hospital Municipal do Idoso Zilda Arns e no Hospital do Trabalhador que estão com 100% dos leitos Covid-19 ocupados.

Em relação aos hospitais privados, segundo a Femipa, pelo menos quatro reportaram um aumento da taxa e três anunciaram o cancelamento de cirurgias eletivas.

O presidente da Femipa, Flaviano Ventorim, disse que os hospitais estão preocupados.

Na última sexta-feira (13), antes das eleições para prefeito e vereadores, a Secretaria Municipal da Saúde justificou a não alteração da bandeira amarela. Naquela ocasião, segundo a pasta, o aumento nos casos não era suficiente para causar mudança na situação de alerta em relação à contaminação pelo novo coronavírus na cidade.

A Secretaria explicou que o único dos nove indicadores em vermelho era o número de casos, o que não impactaria numa mudança de bandeira. Os outros de maior peso, como número de óbitos e ocupação de leitos, seguiam estáveis.

A Secretaria justificou que o cenário de bandeira amarela resulta da capacidade de resposta dos serviços de saúde de Curitiba frente à demanda por atendimento. Sendo assim, a pasta disse na sexta-feira, que só uma explosão de casos, em um patamar acima de mil por dia, poderia levar a uma alteração no alerta.

Flaviano Ventorim cita que os hospitais aprenderam a tratar melhor a doença, mas só isso não é suficiente.

O número efetivo de reprodução, chamado de “R” pelos especialistas, determina o potencial de propagação da Covid-19. Se ele é superior a 1, cada paciente transmite a doença a pelo mais uma pessoa. Se é menor do que 1, cada vez menos pessoas se infectam e o número dos contágios diminui.

A secretária da saúde, Márcia Huçulak, explica que o “R” de Curitiba voltou a ser maior que 1 na sexta-feira.

O presidente da Femipa destaca que a situação da cidade está bem próxima dos períodos de pico.

Nos boletins diários, a Secretaria reforça que todos os pacientes que são internados com quadro de síndrome respiratória aguda grave vão para os leitos exclusivos Covid-19 e não apenas os casos confirmados da doença.

Ainda não há, por enquanto, sinalização da Prefeitura quanto a mudança de bandeira.

Repórter Francielly Azevedo

Fonte: CBN Curitiba