Mais de 1.300 pessoas se inscreveram no 1º Encontro Virtual da CMB, evento gratuito que teve como tema central “2020 – que ano foi esse?” e aconteceu entre os dias 05 e 08 de outubro. As atividades do primeiro dia terminaram com o painel de mesmo tema do evento, abordando os desafios do setor de saúde durante o ano. Participaram do debate Tereza de Jesus Campos Neta, superintendente geral do IMIP; Benilton Bezerra, psicanalista e professor da UERJ; e Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista e professor da FSP-USP. As palestras foram moderadas pelo vice-presidente da CMB e presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (FEMIPA), Flaviano Feu Ventorim, que, na ocasião, agradeceu os palestrantes e enfatizou as mudanças pelas quais as Santas Casas e hospitais filantrópicos estão passando e já passaram durante a pandemia da Covid-19.

“O SUS é indispensável para a saúde e segurança sanitária nacional. Não há sistema de saúde eficiente sem o financiamento adequado e sem gestão qualificada por isso é fundamental nos prepararmos para outras situações imprevistas”, destacou uma das palestrantes, Tereza de Jesus Campos Neta.

Um novo conceito para a Gestão de Crise no hospital

Ainda no dia 05 de outubro, o primeiro painel do encontro virtual abordou um novo conceito para a gestão de crise no hospital, trazendo Adriana de Souza Melo (Hospital São Francisco/MG), Welfane Cordeiro Júnior (Sírio Libanês) e Roserly Fernandes (Gerente de Marketing e Relacionamento Médico do Hospital Paulista). O painel foi moderado por Luciney Bohrer, presidente da Federação do Rio Grande do Sul.

Adriana ressaltou a estratégia VUCA no apoio de tomadas de decisões e o olhar humanizado com os colaboradores; Welfane destacou o projeto Lean nas emergências e como ele foi protagonista no hospital Sírio Libanês; e Roserly demostrou a importância e atuação da comunicação e marketing no gerenciamento de crises em todos os processos durante a pandemia.

Transformação digital e participação da sociedade

No dia 06 de outubro, o Encontro Virtual da CMB discutiu a importância da transformação digital no cenário pós-Covid-19. O conteúdo do primeiro painel da noite foi exposto pelo fundador do Grupo Techtools, Jefferson Plentz, que falou sobre os principais desafios para acompanhar a transformação digital que já vem ocorrendo. “Com a Covid-19, todos estão sentindo os impactos da transformação digital acontecendo e esses impactos tendem a ser bastante positivos”, falou. O Grupo Techtools é um dos patrocinadores do 1º Encontro Virtual da CMB.

Já no último painel, moderado pelo presidente da FEHOSMT (Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Mato Grosso), Wellington Arantes, o assunto trazido ao debate foi “Ações e Doações: Resgate da participação da sociedade”.

O chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços da Saúde do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), João Pieroni, apresentou a trajetória do projeto Salvando Vidas. Lançada no início de maio, em parceria com a CMB, a ação voltada para a aquisição de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) para os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à Covid-19 somou esforços com a população. A cada R$ 1 doado pela sociedade civil ou por empresas, o BNDES aportou mais R$ 1 no projeto, até o limite de R$ 50 milhões. Assim, o Banco dobrou o apoio da população, para chegar à R$ 100 milhões. “O BNDES sentia a necessidade de fazer a doação, mas trazer a sociedade junto conosco”, contou.

“Juntos somos mais fortes e podemos fazer alguma coisa muito diferente para o nosso país”, salientou o moderador Wellington Arantes.

Na apresentação seguinte, o Juiz Federal da 12ª Vara Federal de Curitiba, Dr. Danilo Pereira Júnior, mostrou uma radiografia do que representou a atuação da destinação dos recursos das penas pecuniárias no Brasil, para o setor da saúde.

Finalizando o segundo dia do 1º Encontro Virtual da CMB, a Diretora de Relações Institucionais da Santa Casa de São Paulo, Júlia Póvoas, falou sobre o processo de captação de recursos realizado pela instituição e que se constituiu em um legado que envolveu reforma da estrutura hospitalar e aquisição de equipamentos. “Obtivemos isso graças a um trabalho de planejamento estratégico de toda a gestão. Tivemos empresas que nos procuraram, mas também um trabalho proativo de buscar parceiros e apresentar nossos projetos”, ressaltou Julia.

“Os debates do 1º Encontro Virtual da CMB vêm enriquecer demais as nossas instituições, pois só dessa forma as veremos mais fortes”, concluiu o moderador.

Reconstrução SUS

Na quarta-feira, 07 de outubro, o evento recebeu autoridades da saúde para debater o tema “Reconstrução do SUS”.  Entre as questões apontadas pelas autoridades estão o financiamento do sistema, a incorporação tecnológica e a reabertura de programas de crédito.

O painel, que foi moderado pelo presidente da Confederação, Mirocles Véras, teve início com o secretário de atenção especializada em saúde do Ministério da Saúde, coronel Luiz Otavio Franco Duarte, que estava ao lado da diretora do Departamento de Certificação de Entidades Beneficente de Assistência Social DCEBAS/MS, Adriana Lustosa, e da diretora do Departamento de Atenção Hospitalar e Urgência (DAHU/MS), Adriana Teixeira.

O secretário valorizou o sistema filantrópico de saúde e ressaltou que o Ministério da Saúde está à disposição das Santas Casas e hospitais filantrópicos. “Com a pandemia da Covid-19, começamos a lutar para diminuir o impacto nos hospitais. A máscara NR95, que custava R$1,60 cada passou pra R$60. O Congresso Nacional agiu com determinação e rapidez para amenizar os problemas trazidos pela pandemia. Logo, conseguimos a aprovação da Lei 13.995 e, a partir de agora devemos repensar no SUS a partir desse aprendizado”, afirmou.

Na sequência, o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas, Antonio Brito falou sobre as ações do parlamento durante a pandemia, destacando que os poderes integrados são a base a reestruturação do SUS. “Com a pandemia da Covid-19, começamos a lutar para diminuir o impacto nos hospitais. A máscara NR95, que custava R$1,60 cada passou pra R$60. O Congresso Nacional agiu com determinação e rapidez para amenizar os problemas trazidos pela pandemia. Logo, conseguimos a aprovação da Lei 13.995 e, a partir de agora devemos repensar no SUS a partir desse aprendizado”, ressaltou.

O secretário executivo do CONASS, Jurandi Frutuoso, deu continuidade as apresentações pontuando que a saúde deve ser prioridade do governo e que a área deve ser constantemente aperfeiçoada. “Quando a pandemia assolou todo mundo, muitas pessoas acharam que o SUS iria cair, e, apesar de toda deficiência, o sistema não entrou em colapso. Entretanto, o SUS precisa ser reposicionado, precisamos investir em tecnologia, reavaliar o financiamento e trabalhar a regionalização”, explicou.

Para finalizar as explanações, o secretário executivo do Conasems, Mauro Junqueira, destacou a importância da aplicação dos recursos recebidos pelo Governo Federal,  a necessidade de implantação de novas medidas que beneficiem as entidades e a continuidade de Leis como a 14.061, que suspendeu as metas qualitativas e quantitativas pelos prestadores de serviços de saúde no âmbito do SUS. “A pandemia tirou as pessoas da rua e com isso, deixamos de realizar 7 milhões de procedimentos hospitalares. Na área da oncologia, houve a redução e 70% da assistência. Por isso, se em 2021, não tivermos a continuidade do investimento no SUS, com um planejamento de qualidade, teremos dificuldades de rever as atividades não realizadas. Precisamos manter o orçamento de guerra”, comentou.

Os inscritos que perderam algum debate poderão acessar a plataforma posteriormente, pois os vídeos serão disponibilizados no site do evento.

Fonte: CMB